O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, afirmou nesta quarta-feira (24) que espera que o Congresso Nacional aprove o projeto “Dez Medidas Contra a Corrupção” em sua maioria. “A recepção do Congresso foi boa. Se não integralmente, o projeto deve ser aprovado majoritariamente. É preciso que as outras instituições se posicionem. O Judiciário não pode ser uma voz propagando no deserto”, afirmou o magistrado, que ministrou uma palestra sobre corrupção sistêmica aos acadêmicos da Unibrasil, em Curitiba.
No Senado, Gilmar Mendes volta a criticar excesso de vantagens recebidas por juízes
Leia a matéria completaMoro ainda afirmou que há pontos no projeto que são passíveis de discussão. “Faz parte da democracia”, disse. Nesta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, criticou parte das medidas, como o que garante a utilização de provas obtidas de forma ilícita, mas que demonstrem a “boa-fé do investigador”. O magistrado não comentou a posição do ministro, mas afirmou que apoia a aprovação integral do projeto de lei e que a medida deve fazer parte da agenda de reformas que tem apoio popular. “Mais de dois milhões de pessoas assinaram o projeto. Para que o quadro de corrupção diminua é preciso que exista uma cidadania mobilizada”, comentou.
Apoio de globais
Ao final da exposição, Moro exibiu um vídeo em que dezenas de atores globais e cantores afirmam que apoiam o projeto de lei de autoria do Ministério Público Federal (MPF). Alguns deles, como Lucinha Lins, Victor Fasano, Luana Piovanni e Suzana Vieira e Raimundo Fagner estiveram em Curitiba para visitar o juiz e prestar apoio à Operação Lava Jato no início de agosto. Questionado, Moro afirmou que não vê o apoio das celebridades como uma posição político-partidária. “No que diz respeito ao processo, o juiz deve se preservar. Mas não vejo problemas em receber apoio. O juiz não pode ficar dentro de uma bolha”, disse.
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