São Paulo - A Justiça Federal determinou a abertura de processo criminal contra o banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, e mais 13 acusados pela prática de crimes financeiros investigados na Operação Satiagraha da Polícia Federal.O juiz da 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto Martin De Sanctis, acolheu denúncia elaborada pelo procurador da República Rodrigo de Grandis, que acusou Dantas de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e formação de quadrilha e organização criminosa.
De Sanctis também determinou a liquidação, em até 48 horas, do Opportunity Special Fundo de Investimentos em Ações. Os recursos oriundos da liquidação deverão ser depositados em uma conta da Caixa Econômica Federal. À época do bloqueio, o fundo reunia cerca de R$ 500 milhões em investimentos.
A nova ação penal é resultado da Operação Satiagraha, iniciada em julho de 2008, e leva Dantas a figurar pela segunda vez como réu em uma ação penal originada na operação. O banqueiro já foi condenado a dez anos de prisão por tentar subornar, por meio de emissários, policiais envolvidos na operação da PF. Dantas nega o crime.
A nova denúncia do Ministério Público apontou, entre outros crimes, que o Opportunity usou recursos de sua antiga controlada, a operadora Brasil Telecom, para pagar funcionários e despesas do grupo, e abasteceu o caixa do "mensalão esquema de integrantes de partidos da base aliada do governo para corromper parlamentares com R$ 3 milhões.
A Satiagraha ainda pode gerar novos processos. Ao receber a denúncia, o juiz também acolheu o pedido de abertura de mais três inquéritos apresentado pelo Ministério Público. Agora passa a seis o total de investigações policiais sobre Dantas e o Opportunity.
Outro lado
Em nota, a defesa de Dantas voltou a negar os crimes. "Os meus clientes ainda não foram citados do recebimento da denúncia. Independentemente disso, negamos veementemente as imputações recebidas pelo juízo. Os fatos narrados ou não constituem crime ou são falsos, e estão baseados em provas fraudadas no âmbito da Operação Satiagraha", disse, em nota, o advogado Andrei Schmidt.