Em entrevista ao portal de notícias G1 , o juiz responsável pelos mandados judiciais feitos no âmbito da Operação Carne Fraca, Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba, disse que o foco da investigação nunca foi a qualidade dos alimentos processados pelos frigoríficos, mas sim sobre os crimes de corrupção e extorsão que teriam sido cometidos por fiscais agropecuários e por empresas do ramo.
Segundo Josegrei, ainda não há indícios de que os produtos que eram comercializados pelas 21 unidades frigoríficas investigadas pela Polícia Federal (PF) podiam fazer mal à saúde dos consumidores. O magistrado disse que seria uma “generalização temerária” afirmar que as empresas envolvidas na Carne Fraca colocam produtos impróprios para consumo no mercado.
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Leia a matéria completaO juiz federal afirmou ainda que o problema verificado na investigação era a associação entre fiscais e empresas para “romper barreiras burocráticas”.
A Carne Fraca mira corrupção na Superintendência Federal de Agricultura no Estado do Paraná (SFA/PR) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No rol de empresas investigadas pela Polícia Federal estão a JBS, dona da Seara e da Big Frango, a BRF, controladora da Sadia e da Perdigão, e os frigoríficos Larissa, Peccin e Souza Ramos.
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Na lista de irregularidades identificadas pela PF estão o pagamento de propinas a fiscais federais agropecuários e agentes de inspeção em razão da comercialização de certificados sanitários e aproveitamento de carne estragada para produção de gêneros alimentícios. Os pagamentos indevidos teriam o objetivo de atender aos interesses de empresas fiscalizadas para evitar a efetiva e adequada fiscalização das atividades, segundo a investigação.
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