O juiz federal de Mato Grosso, Jefferson Schneider, acatou nesta segunda-feira a denúncia contra cinco dos 81 denunciados pelo Ministério Público Federal no "escândalo das sanguessugas". Entre os primeiros que deverão responder a processo, estão um ex-assessor do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) e outro do ex-deputado Ronivon Santiago (PP-AC).

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Segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal, o juiz resolveu avaliar as denúncias em partes. Este primeiro grupo de acusados já será ouvido nesta terça-feira pelo juiz. Nos próximos dias Schneider vai avaliar as denúncias contra os outros 76.

Na última quinta-feira, o Ministério Público Federal denunciou 81 pessoas acusadas de integrar o esquema, pelo qual emendas parlamentares eram fraudadas em troca do pagamento de propina a deputados federais.

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Dez ex-congressistas aparecem na lista. Um dos que tiveram a denúncia acatada neste domingo é Marcelo Cardoso de Carvalho, grampeado pela Polícia Federal negociando pagamento de propina com o empresário Darci José Vedoin, dono da empresa Planam e considerado o chefe do esquema. Carvalho trabalhava no gabinete de Ney Suassuna até o início de maio, quando foi preso pela Operação Sanguessuga. O outro é Ricardo Augusto França da Silva, que já foi lotado no gabinete do então deputado federal Ronivon Santiago. Também foi flagrado negociando propina com Darci Vedoin e seu filho Luiz Antônio.

Além destes, os processos começaram a correr contra José Wagner dos Santos, Neureny Aparecida Medeiros da Silva Miranda e Angelita Felipe Nunes. O primeiro é ex-funcionário da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), acusado de ser o intermediador entre a quadrilha e as prefeituras interessadas em adquirir ambulâncias. As duas mulheres são, respectivamente, irmã e funcionária do empresário Ronildo Medeiros, o homem que equipava as unidades móveis vendidas no esquema.

O juiz ainda não analisou a denúncia contra o ex-presidente do INSS, Carlos Bezerra, que também já foi senador por Mato Grosso. Ele é acusado de corrupção passiva, formação de quadrilha, crime contra a ordem pública, contra a administração pública e lavagem de dinheiro. Segundo o procurador da República Mário Lucio Avelar, o nome do ex-presidente do INSS apareceu a partir da análise do livro-caixa da empresa Planam e das escutas telefônicas autorizadas pela Justiça Federal. Bezerra diz que jamais apresentou emendas destinadas à compra de ambulâncias e que vai processar a União por danos morais.