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O juiz da 6ª Vara Criminal Federal, Fausto Martin De Sanctis, responsável pela prisão de Daniel Dantas, Naji Nahas e Celso Pitta, alvos da Operação Satiagraha da Polícia Federal, presta nesta terça-feira (12) depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos - a contragosto. "Eu não esperava ser convocado como testemunha em uma CPI que apura grampos ilegais. E não iria por vontade própria", disse, durante palestra na Escola Superior do Ministério Público, em São Paulo. "Não tem cabimento.

De Sanctis não adiantou o que irá apresentar em Brasília. Informou apenas que vai fazer um apanhado de como são feitas as interceptações telefônicas no Brasil. Mesmo sem entrar em detalhes com relação ao que será dito na CPI, a argumentação apresentada por De Sanctis à platéia de magistrados, advogados e promotores soou como uma prévia das discussões marcadas para esta quarta-feira. O debate sobre medidas assecuratórias e análise de casos práticos, tema da palestra, ficou em segundo plano.

O magistrado preferiu, de início, enumerar colaborações entre a Justiça brasileira e autoridades estrangeiras, que se utilizaram de técnicas especiais de investigação. Segundo ele, ações controladas, interceptações telefônicas e infiltração de agentes na organização criminosa são estratégias de uso corrente. Todas balizadas por convenções internacionais, abraçadas "sem restrições" pelo Brasil.

Por isso, de acordo com De Sanctis, questionar técnicas como as utilizadas na Operação Satiagraha e deixar os fatos de lado "causa estranheza" entre juízes de varas especializadas. "Dizem que a técnica que o Brasil adotou não é a usual. É a usual, sim. É muita ingenuidade achar que o inquérito policial tradicional vai conseguir combater o crime organizado", criticou De Sanctis.

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