Titular das ações penais da Operação Lava Jato, o juiz Sergio Moro rejeitou um pedido da defesa do ex-deputado André Vargas, que se desfiliou do PT, para que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, fosse ouvido como testemunha. Para o magistrado, o pedido era “manifestamente irrelevante” e “diversionista”.
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O advogado de Vargas sustenta que o depoimento de Cardozo seria importante para esclarecer o procedimento de interceptação entre a Polícia Federal e a empresa Research In Motion (RIM), o sistema de mensagens da Blackberry, no Canadá.
Em ações penais envolvendo outros réus que também questionavam a quebra das mensagens sem enviar um pedido ao Canadá pelos canais de cooperação internacional entre os dois países, o juiz Moro considerou desnecessária a formalidade pois trata-se de empresa estrangeira com filial brasileira, submetida, portanto, à jurisdição nacional. “No contexto, ouvir o Ministro da Justiça sobre a interceptação do Blackberry, além de peculiar, já que não está ele envolvido nas investigações concretas, é manifestamente irrelevante”, escreveu o magistrado.
“Além disso, os agentes públicos servem a comunidade e não se afigura correto dispender o seu tempo, além do desse Juízo, ouvindo-os sem que haja real necessidade”, concluiu Moro.
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