O juiz federal Alderico Rocha Santos afirmou nesta terça-feira (31) não ter relação com os nomes que, segundo ele, a mulher de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, anotou em um papel como forma de pressioná-lo a tomar decisões favoráveis ao marido.

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A mulher de Cachoeira teria escrito os nomes: Marcelo Miranda, "Maranhense" e "Luiz". O primeiro seria o ex-governador de Tocantins, do PMDB; o segundo, um fazendeiro na região do Tocantins e Pará, e o último, um amigo de infância do juiz.

As anotações no papel, conforme Santos relatou à Procuradoria, foi feito durante visita de Andressa ao gabinete do juiz, no último dia 26. Na ocasião, segundo o magistrado, ela afirmou ter um dossiê com "informações desfavoráveis" a ele que seria divulgado pelo "repórter Policarpo na revista `Veja'" caso não fosse concedida liberdade a Cachoeira.

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Em nota, a revista classificou a acusação como "absurda, falsa e agressivamente contrária aos nossos padrões éticos". Disse ainda que toma providências para "processar o autor da calúnia que tenta envolver de maneira criminosa a revista e seu jornalista".

Santos diz avaliar que o suposto dossiê seja uma invenção de Andressa. "Não há porque ter dossiê, não tenho relação com esse pessoal", disse. O juiz afirmou ainda ter dito à mulher de Cachoeira que ela poderia divulgar o material se o tivesse.

Procurado, Marcelo Miranda afirmou desconhecer Andressa e o suposto dossiê. Também negou ter relação pessoal ou comercial com o juiz federal. "Estou até admirado com meu nome envolvido nisso", disse.

Segundo Miranda, ele conheceu Santos como juiz federal no Tocantins. "Na época eu era deputado estadual. Quando entrei no governo, em 2003, não tenho certeza se ele ainda era juiz aqui."

Miranda disse ter visto Santos pela última há "quatro ou cinco anos", na casa de um amigo em comum.

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Denúncia

Segundo o juiz federal, meia hora depois de Andressa ter saído do seu gabinete ele notificou o Ministério Público Federal. "Era minha obrigação levar o fato ao conhecimento da autoridade competente."

Dois dias antes, no primeiro dia das audiências em Goiânia para ouvir réus e testemunhas no processo da operação Monte Carlo, que prendeu Cachoeira em fevereiro, Andressa fez a primeira visita ao magistrado.

Na ocasião, segundo Santos, ela foi acompanhada de advogados para pedir um encontro de 10 a 15 minutos com Cachoeira.Santos é juiz da 5ª Vara Federal de Goiânia. Ele assumiu a ação, que tramita na 11ª Vara, em substituição a Paulo Augusto Moreira Lima, que pediu para deixar o caso alegando ser alvo de ameaças.

O magistrado informa que o fato não o retira da ação. Mas, se vier a correr uma ação penal contra Andressa, ele diz que não poderá atuar por ter partido dele a denúncia.

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