Após prorrogar a prisão da cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e afirmar que uma das provas contra ela “não deixava margem para dúvidas”, o juiz Sergio Moro pediu para que a polícia esclareça o principal motivo que levou Marice Correa Lima a continuar presa: o vídeo de uma agência bancária.
Moro quer saber quem de fato aparece nas imagens, feitas em março, que mostram uma pessoa realizando depósitos na conta da mulher de Vaccari, Giselda de Lima.
Os procuradores a identificaram como Marice, e a acusaram de ter mentido em depoimento à polícia sobre nunca ter feito depósitos na conta de sua irmã Giselda. Porém, segundo o advogado de Marice, Claudio Pimentel, quem aparece no vídeo é a própria Giselda, que se parece muito com a irmã.
Documentos
Pimentel afirmou que irá apresentar documentos à polícia para provar que a mulher flagrada pelas câmeras não era a sua cliente. Entre eles, uma declaração assinada por Giselda reafirmando que é ela quem aparece no vídeo fazendo depósitos em agências próximas à sua casa e ao seu trabalho.
Com a suspeita agora de que é Giselda quem, de fato, aparece nas imagens, o juiz Moro pede que o caso seja esclarecido “no período mais expedito”. “A questão é bastante relevante”, afirma. “Se assim for, há uma alteração das premissas que levaram o MPF [Ministério Público Federal] a requerer a preventiva.”
Pedido
Com base na declaração de Giselda, a defesa de Marice pediu, na noite desta quarta (22), a revogação de sua prisão.
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