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Entra no segundo dia, nesta quinta-feira, o julgamento de Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco, acusado de matar o estudante Felipe Caffé e abusar sexualmente da namorada dele, Liana Friedenbach, em Juquitiba, quatro anos atrás. Nesta quarta-feira, Pernambuco negou diante dos jurados ter atirado pelas costas em Felipe e estuprado Liana várias vezes, conforme havia dito à polícia. Ele afirmou que havia confessado os crimes sob tortura policial.

Segundo a advogada de acusação Andrea Franco, o novo depoimento de Pernambuco apresenta várias contradições.

- Ele afirma que nunca tocou em Liana. Ele só teria pegado no braço dela, para evitar que ela caísse em um buraco. No entanto, ele deixou que ela passasse a noite sendo estuprada. Quando perguntamos se ele matou Felipe, ele diz que sim e depois volta atrás - disse Andrea.

Os sete jurados do caso - quatro mulheres e três homens - passaram a noite em um hotel de Itapecerica da Serra, município vizinho a Embu-Guaçu. Pernambuco foi levado para uma delegacia. Nesta quarta-feira, foram ouvidas seis testemunhas de acusação e uma de defesa.

Nesta quinta, na Câmara Municipal de Embu Guaçu, advogados de defesa e de acusação terão três horas para apresentarem seus argumentos. Ainda haverá uma hora de réplica da defesa e uma hora de tréplica da acusação. O julgamento deve terminar no fim da noite.

Ari Friedenbach, pai de Liana, afirmou que é difícil enfrentar mais uma vez a situação. Em julho passado, três dos envolvidos foram julgados e condenados. Nesta quarta-feira, familiares das vítimas foram ouvidos sem a presença de Pernambuco, que foi retirado do plenário da Câmara Municipal, onde acontece o julgamento.

- Imagino uma pena em torno de 150 anos, mas isso pouco quer dizer. Ele pode tomar 200 anos, mas vai ficar no máximo 30 e com todos os benefícios em no máximo oito anos estará na rua. É muito difícil viver isso tudo de novo, não traz a Liana de volta. Ela não está com a gente. É muito difícil viver sem ela - afirmou Ari.

Pernambuco responde pelos crimes de homicídio, seqüestro, cárcere privado e estupro. Ele não foi julgado em julho passado, junto com os demais envolvidos, porque recorreu da decisão da Justiça de submetê-lo a júri popular. O recurso foi negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Penas diferenciadas

Em julho de 2006, três dos envolvidos foram julgados e condenados. Agnaldo Pires foi condenado a 47 anos e três meses de reclusão por estupro; Antonio Caetano da Silva a 124 anos por vários estupros; e Antonio Matias a 6 anos de reclusão e 1 ano, 9 meses e 15 dias de detenção por crime de cárcere privado, favorecimento pessoal, ajuda à fuga dos outros acusados e ocultação da arma do crime.

Outro acusado pelo crime, Roberto Aparecido Cardoso, o Champinha, era menor de idade quando cometeu o crime e está internado numa unidade da Fundação Casa, a antiga Febem, desde o dia 3 de maio passado.

Liana e Felipe foram acampar num sítio abandonado na Grande São Paulo, na região de Embu-Guaçu. Ela disse aos pais que iria para a praia com amigas. No local, foram seqüestrados e mortos por cinco homens.

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