O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello disse nesta terça-feira (28) que mudou de ideia sobre a duração do julgamento do mensalão e diz acreditar que ele deve terminar até o fim de setembro.
Mello afirmou também que aumentou a noção de cidadania no país e agora os brasileiros precisam votar em políticos "dignos".
Ao ser indagado se concordava com a afirmação feita ontem pela ministra Cármen Lúcia de que "o Brasil mudou", o ministro disse: "Creio que há uma noção maior de cidadania. Os brasileiros estão avançando culturalmente. Eu espero que eles avancem agora nas eleições e escolham representantes que sejam dignos".
O magistrado afirmou que o ritmo dos trabalhos de ontem no STF mostrou que o julgamento do mensalão deve acabar em setembro.
"Já estou acreditando que vamos ter um veredicto até o término de setembro. Eu receava que o processo fosse para 2013. Agora não. Ontem foi um dia de gala para o Supremo. Se continuarmos como ontem vamos ter a conciliação de dois valores: celeridade e conteúdo", disse.
O ministro disse que pouco antes da sessão de segunda-feira perguntou ao ministro relator Joaquim Barbosa se ele iria fazer uma réplica ao voto do revisor Ricardo Lewandowski. Ante a negativa de Barbosa, Mello disse que parabenizou o relator.
"Nós imaginamos que [Barbosa e Lewandowski] iam partir para se digladiarem e houve um recuo do relator em boa hora. Não cabe fustigar voto de colega, disse bem o ministro Luiz Fux. Fumaram em boa hora o cachimbo da paz", afirmou.
Indagado se Barbosa teria explicado porque mudou de ideia, Mello disse: "Foi iluminado, certamente".
O magistrado também afirmou que os colegas de corte decidiram não fazer sessões extras pelas manhãs para julgar outros casos além do mensalão. "Os ministros estão no limiar dos esforços possíveis e a maratona não foi acolhida. Seria uma verdadeira maratona com sessões o dia inteiro", afirmou.
Porém, mesmo após o fim do mensalão o STF manterá sessões extras nas tardes de segunda-feira, até dezembro, segundo o magistrado.
Mello também disse não acreditar que o ministro Cezar Peluso, que se aposenta no próximo dia 3, tente apresentar um voto na íntegra para todos os réus do mensalão. O julgamento está sendo realizado de forma segmentada, por blocos de crimes. Para o ministro, Peluso estaria passando por cima dos votos do relator e do revisor em relação aos assuntos ainda não julgados caso antecipasse seu voto completo, o que violaria o regimento interno do STF. "É impensável, inconcebível, e contraria a ordem natural das coisas", disse sobre o eventual voto na íntegra de Peluso.
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