Brasília O Conselho de Ética da Câmara vai enviar ao Paraná, na próxima semana, uma junta médica para avaliar o estado de saúde do deputado José Janene (PP-PR). O líder do PP é o único dos deputados citados pelas CPIs que ainda não foi oficialmente notificado do processo contra ele no Conselho.
Janene responde a processo por quebra de decoro pelo suposto envolvimento com o chamado mensalão. De acordo com as denúncias do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), o parlamentar seria um dos responsáveis pela distribuição dos recursos do mensalão junto à bancada do PP.
Enquanto a notificação não é feita, o processo não pode tramitar e os prazos de defesa do deputado, investigação dos fatos e elaboração do parecer do relator estão suspensos.
Ontem, o deputado Jairo Carneiro (PFL-BA) informou ao presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), que apesar de alegar não poder ser intimado por estar com problemas de saúde, José Janene entregou as suas emendas ao Orçamento 2006.
Para Carneiro, Janene está utilizando artifícios para protelar sua intimação e "isto é um delito, um desrespeito com o Conselho".
"É engraçado. O deputado está doente para receber a notificação, mas não está para elaborar emendas orçamentárias. Se há saúde para direcionar R$ 5 milhões em emendas, há mais ainda para receber a notificação", disse o deputado Orlando Fantazzini (Psol-SP).
Izar informou que, além de enviar uma junta médica para o Paraná na próxima semana, também será enviado um funcionário da Câmara para oficiar Janene sobre o processo. O presidente do Conselho disse que ainda vai apurar se é verdadeira a informação sobre as emendas ao Orçamento.
Segundo Izar, faltam somente três deputados para depor antes do final dos trabalhos deste ano. Além de José Janene, ainda devem depor os deputados José Mentor (PT-SP) e Vadão Gomes (PP-SP). Os depoimentos de Mentor e Vadão estão confirmados para a próxima terça-feira. A Gazeta do Povo tentou contato com a assessoria do deputado, mas as ligações não foram atendidas.