A comissão de juristas que discute a reforma do Código Penal no Senado aprovou nesta segunda-feira 921) a criminalização da corrupção entre particulares -funcionários de uma empresa privada, por exemplo. Atualmente, o crime de corrupção só ocorre se envolver um funcionário público.
De acordo com o novo texto, que ainda tem que ser votado pelo Congresso, seria punido com 1 a 4 anos de prisão aquele que, representando uma instituição privada, "exigir, solicitar, aceitar ou receber vantagem indevida" para fazer ou deixar de fazer uma atribuição de seu cargo.
Também ficaria sujeito à mesma pena quem oferecer, prometer, entregar ou pagar a vantagem ao representante da instituição privada. Atualmente, a pena prevista para o crime de corrupção, ativa ou passiva, vai de 2 a 12 anos de prisão.
"Estamos adequando nossa legislação ao parâmetro internacional", afirmou o procurador da República Luiz Carlos Gonçalves, relator da comissão.
Dados
Na mesma reunião, a comissão de juristas aprovou o aumento de pena para quem realizar interceptações telefônicas e ambientais sem autorização judicial -a pena, que hoje é de 2 a 4 anos, iria para 2 a 5.
Quem revelar dados sigilosos a pessoas que não integram o processo estará sujeito à mesma pena, assim como quem divulgá-los "sem justa causa" -o jornalista que teve acesso aos dados, por exemplo, continuaria isento do crime, por causa do dever de informar.
A comissão aprovou um aumento de pena para quem divulgar os dados sigilosos por meio da imprensa, rádio, televisão, internet ou qualquer outro meio que facilite a sua propagação, ou ainda se a divulgação for feita anonimamente ou com um pseudônimo. Nesses casos, a pena seria aumentada de um terço até a metade, a depender do caso.
Podem ser punidos pela quebra de sigilo todos aqueles que devem guardar o segredo do caso: as partes no processo, seus advogados, o juiz e os membros do Ministério Público. "O sigilo existe no processo por várias razões. [A divulgação] é grave, mas o foco da criminalização não é trabalho da imprensa, que apenas noticia o fato que chegou a seu conhecimento", afirmou Gonçalves.
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Falas de ministros do STF revelam pouco caso com princípios democráticos
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Síria: o que esperar depois da queda da ditadura de Assad
Deixe sua opinião