A Justiça do Distrito Federal tornou réus 19 acusados de envolvimento no "mensalão do DEM", incluindo o ex-governador José Roberto Arruda, que chegou a ser preso e é pré-candidato ao governo neste ano. Ao aceitar a denúncia, o juiz Atalá Correia, da 7.ª Vara Criminal, considerou que há indícios mínimos no caso e abriu prazo para a defesa. "A peça acusatória apresenta a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, em descrição compreensível, bem como a qualificação dos acusados e os esclarecimentos pelos quais se possa identificá-los. Estão presentes, ainda, a classificação dos crimes e o rol das testemunhas", escreveu o juiz, ao aceitar a denúncia.
A denúncia havia sido oferecida originalmente em 2012 pela Procuradoria-Geral da República ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), como resultado da operação Caixa de Pandora. Mas o tribunal decidiu desmembrar o processo para os réus sem foro privilegiado.
Investigação
A operação Caixa de Pandora investigou um esquema de coleta e distribuição de propinas entre membros do governo Arruda e deputados distritais. O caso ficou notório após Arruda ser flagrado em vídeo recebendo dinheiro do delator do esquema, Durval Barbosa. A investigação foi feita pela Polícia Federal e Ministério Público do DF e Federal.
A ação aceita pela Justiça do Distrito Federal é assinada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). É esse grupo de promotores que os advogados de defesa querem retirar do caso e, por consequência, anular o processo. Os advogados negam ainda irregularidades e envolvimento no esquema.
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