A Justiça Federal de São Paulo aceitou nesta segunda-feira (20) a denúncia do Ministério Público Federal contra o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, a irmã dele, Verônica Dantas, o presidente do banco, Dório Ferman, e mais onze pessoas, segundo a assessoria de imprensa da Procuradoria da República em São Paulo.
Todos viraram réus em processo criminal decorrente da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, por diversos crimes como crimes de formação de quadrilha, gestão fraudulenta, gestão temerária, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Dantas, especificamente, será processado por crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e crime de quadrilha.
Na denúncia, o Ministério Público Federal informou que também investiga o grupo de Dantas, na época em que o banco administrava a Brasil Telecom, por dois contratos de publicidade suspeitos no valor total de R$ 50 milhões com empresas de Marcos Valério, apontado como operador do esquema do mensalão, que está em fase de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota, o advogado do Opportunity, Andrei Schmidt, nega o cometimento de crimes. "Os meus clientes ainda não foram citados do recebimento da denúncia. Independentemente disso, negamos veementemente as imputações recebidas pelo juízo. Os fatos narrados ou não constituem crime, ou estão baseados em provas fraudadas no âmbito da Operação Satiagraha."
Na denúncia aceita pela Justiça Federal, o MPF aponta ainda a gestão fraudulenta de fundos no exterior por meio do Opportunity Fund.
Novos inquéritos
Além da denúncia, a Justiça autorizou a abertura de três investigações, segundo o Ministério Público Federal.
Um deles será para investigar pessoas suspeitas na operação, entre elas o ex-deputado federal e advogado Luiz Eduardo Greenhalgh por suas relações com Dantas e o dono do braço agropecuário do grupo Opportunity, Carlos Rodenburg.
Após a denúncia, a assessoria de imprensa de Greenhalgh disse ele atuou como advogado de Dantas "na negociação para venda das ações de Dantas da Brasil Telecom" e "no estrito exercício profissional da advocacia".
Na ocasião, Greenhalg divulgou nota afirmando que rechaça "qualquer tentativa de levantar suspeição" sobre ele.
Outro inquérito vai investigar se houve irregularidade na compra da Brasil Telecom pela Oi.
O terceiro inquérito visa apurar se investidores do Opportunity Fund cometeram crime de evasão de divisas ao ocultar recursos no exterior sem declarar ao sistema financeiro nacional.