Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras: suas duas filhas e seus genros vão responder na Justiça por tentativa de ocultação de provas| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Balanço

Denúncias contra 23 pessoas foram aceitas na semana passada

Outras cinco ações relativas à operação Lava Jato já haviam sido aceitas pela Justiça Federal na semana passada. O doleiro de Londrina Alberto Youssef, principal alvo da operação realizada pela Polícia Federal, é réu em três delas. Ao todo, 23 pessoas são citadas nessas ações, incluindo o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Carlos Habib Chater. Todas as ações foram apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e tramitam na 13ª Vara Federal de Curitiba.

Na principal ação, Youssef e outras sete réus são acusados de realizar 3.649 operações ilegais de câmbio, evadindo ilegalmente US$ 444,5 milhões de dólares.

Outras três ações falam de remessa ilegal de divisas, lavagem de dinheiro, uso de falsa identidade para operação de câmbio e até mesmo tráfico de drogas. Já Costa é réu por suposto desvio de recursos públicos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Ele é acusado, também, de cometer os crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Carlos Alberto Costa estava preso na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, mas foi transferido a pedido de seu advogado.

O ex-diretor da Petrobras está detido em Piraquara, na região metroplitana de Curitiba. (CM)

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Mais três denúncias oriundas da operação Lava Jato, da Polícia Federal, foram aceitas pela Justiça Federal na tarde de ontem. Duas delas tratam dos doleiros Nelma Kodama e Carlos Habib Chater, ambos acusados de crimes financeiros. A terceira trata de uma suposta tentativa de ocultação de provas por parte do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ao todo, 24 pessoas são citadas nas três ações. As denúncias partiram do Ministério Público Federal e foram aceitas pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Com estas três denúncias, chega a oito o número de ações que tramitam sobre o caso na Justiça Federal, com 42 réus. Os crimes incluem lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de organização criminosa e outros delitos.

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Kodama e Chater são acusados de crimes financeiros, especialmente evasão de divisas. Nelma Kodama, com mais oito pessoas, teria usado a empresa Da Vinci Confecções para "promover a evasão fraudulenta" de mais de R$ 5,3 milhões. Ela é acusada de tentar fugir do país com US$ 200 mil não declarados, escondidos na calcinha. Kodama também é citada como uma grande operadora do mercado negro. Suas empresas de fachada teriam movimentado R$ 103 milhões entre 2012 e 2013.

Já Chater é acusado de ser um grande operador do mercado negro de câmbio e teria realizado operações com Kodama e Alberto Youssef, principal alvo das investigações da Lava Jato. Ele também é acusado de usar empresas de fachada para movimentar dinheiro irregularmente. Pessoas ligadas ao doleiro também teriam forjado documentos para justificar operações de câmbio ilegal. Chater já é réu em outra ação da Lava Jato, por suposta lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Outras nove pessoas foram acusadas.

Os dois doleiros foram presos preventivamente pela Polícia Federal. A reportagem procurou a defesa dos dois, mas não teve resposta.

Parentes sob suspeita

Já Costa, que havia sido denunciado por desvios de recursos em obras na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, é acusado com suas duas filhas e seus genros por suposta tentativa de ocultação de provas. Seus familiares teriam retirado documentos e dinheiro da empresa Costa Global, de sua propriedade, no dia 17 de março, quando a operação foi deflagrada. O episódio é um dos motivos pelos quais vários habeas corpus foram negados ao ex-diretor da Petrobras.

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A defesa de Costa alega que suas filhas têm salas comerciais no mesmo prédio da Costa Global, e que estão no local diariamente. Sua presença no edifício seria, portanto, uma coincidência e não teria relação com a operação Lava Jato.