O senador cassado Demóstenes Torres (ex-DEM), que perdeu o mandato depois que sua relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira foi revelada, vai responder a processo pela prática de oito crimes de corrupção passiva e pelo uso do cargo para obter benefícios. A Corte Especial do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) acolheu anteontem, por unanimidade, a denúncia do Ministério Público (MP) contra Demóstenes. A corte também aceitou a denúncia contra Cachoeira e contra o ex-diretor da empreiteira Delta Cláudio Abreu, por corrupção ativa.
O relator do processo, desembargador Leandro Crispim, votou também pela quebra do sigilo fiscal do ex-senador e pela perda do exercício do cargo de procurador de Justiça, mas o TJ-GO entendeu que esses dois aspectos deveriam ser analisados posteriormente. Atualmente, Demóstenes está afastado temporariamente de suas funções no MP pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
O TJ-GO também decidiuque Cachoeira e Abreu podiam ser julgados junto com Demóstenes mesmo não tendo direito a foro privilegiado, como tem o ex-senador por ser procurador. Em seu voto, Crispim ainda afastou a alegação de que as escutas que embasaram a denúncia foram ilegais.
A denúncia resulta de autos que foram remetidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao TJ-GO. Ela se baseia em fatos que teriam ocorrido entre 2009 e 2012 quando, segundo a acusação, Demóstenes recebeu vantagens indevidas por ser senador, pagas pela Delta e por Cachoeira, tais como viagens em aeronaves particulares, quantias em dinheiro, garrafas de bebidas de alto valor e eletrodomésticos de luxo.
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