A juíza Paula Mantovani Avelino, da 10ª Vara Criminal do TRF, concedeu nesta quarta-feira liberdade ao dirigente petista no Ceará, José Adalberto Vieira da Silva, preso na carceragem da Polícia Federal desde a última sexta-feira. Adalberto, que era assessor político do deputado estadual José Nobre Guimarães, irmão do ex-presidente do PT, José Genoino, foi detido enquanto tentava embarcar no Aeroporto de Congonhas com R$ 200 mil numa mala de viagem e mais US$ 100 mil na cueca. Na ocasião, Adalberto disse que o dinheiro era fruto da venda de legumes a empresários do Ceagesp, o maior centro de abastecimento do país, que fica em São Paulo.
Na sua decisão, a juíza lembra que Adalberto foi detido com "dinheiro (nacional e estrangeiro), dois aparelhos de telefone celular, duas agendas e vários papéis". Por isso, diz a sentença: "A posse de tais objetos é lícita, de sorte que só o fato de estarem em poder de alguém não tem o condão de indicar, de forma muito provável, que a pessoa em questão tenha cometido algum crime".
Sobre o dinheiro apreendido, a juíza argumenta: "Especificamente à moeda, embora possa ser utilizada para o cometimento de infrações e por vezes seja até seu corpo de delito, não existem, no caso em apreço, indícios suficientes a ensejar tal presunção, nem em relação aos crimes pelos quais o peticionário (Adalberto) foi autuado e nem a outros eventualmente possíveis".
A decisão da juíza foi tomada por volta das 19h30m. Até as 20h30m, Adalberto continuava na sede da Polícia Federal, em São Paulo. Nesta quarta-feira, o delegado responsável pelo inquérito, Hugo Brazioli Slivinski, ouviu o empresário José de Freitas, diretor de uma fábrica de postes de Fortaleza. O nome de Freitas aparecia na passagem aérea que Adalberto usou da capital cearense para São Paulo. Freitas disse que se encontrou com o dirigente petista em São Paulo apenas para tratar da reinstalação da fábrica, em Fortaleza.
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