Foz do Iguaçu Os três homens apontados como autores do atentando contra o ex-presidente da Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu, Adílson Rabelo (PSB), foram considerados culpados pelo crime. O julgamento durou 16 horas e foi encerrado à 1h05 de ontem, no Fórum de Foz do Iguaçu.
Por seis votos a um, o júri decidiu condenar Adriano Ferreira da Silva, 31 anos, Antônio Carlos do Santos, 23 anos, e Ronaldo Gaudêncio dos Reis, 24 anos por terem tentado matar o político em troca de dinheiro. Adriano e Ronaldo foram condenados a 12 anos de prisão e Antônio Carlos, a 10 anos. Todos cumprirão pena em regime fechado.
Eles estão presos desde outubro de 2003, oito meses depois de terem baleado Rabelo, numa ação ocorrida em 24 de fevereiro de 2003 nas esquinas das avenidas Paraná e República Argentina, em Foz do Iguaçu. Rabelo recebeu dois tiros de pistola na cabeça, mas sobreviveu ao atentado. Ficou tetraplégico e mal consegue falar.
Logo após o fim da sessão, o advogado dos réus, Washington Teixeira, apresentou recurso solicitando a anulação do julgamento sob alegação de cerceamento da defesa dos acusados. Ele alega que o informante que depôs contra os réus, Flávio Borges "Gardenal" Barcelos, não compareceu ao julgamento para justificar os motivos que o levaram a fazer a denúncia.
Segundo Teixeira, somente a Promotoria de Investigações Criminais (PIC) sabia do paradeiro de Gardenal, que estava sob proteção policial por ter colaborado com informações. O oficial de Justiça não conseguiu intimá-lo para comparecer ao julgamento e há informações de que ele está na Inglaterra. "O informante fez um acordo com o Ministério Público. Ele estava preso e resolveu colocar a boca no trombone e passou a ter proteção", diz. Para o advogado, os argumentos apresentados pela acusação são indícios e suposições.
Segundo o promotor da PIC, Rudi Rigo Burkle, a promotoria não mantém contato com a testemunha há mais de dez meses. Gardenal já prestou os depoimentos cabíveis sobre o caso, permaneceu por um período sob proteção policial, mas agora seu paradeiro é desconhecido. De acordo com o promotor, a PIC continuará as investigações para descobrir quem foi o mandante do crime. O comerciante Sérgio D'Avila, apontado como o responsável pela contratação dos matadores, está desaparecido. Ainda falta esclarecer o que motivou o atentado.
O advogado da acusação, Osvaldo Loureiro, considera as provas contra os condenados contundentes e disse que cumpriu o papel que lhe cabia. "Não acredito que o julgamento seja anulado."