Vaccari terá que explicar origem de depósitos “picados” feitos na conta de sua mulher, Giselda Lima| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

O juiz Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato, deu um prazo de 5 dias para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto explicar depósitos em dinheiro na conta de sua mulher, Giselda Rousie de Lima. O esclarecimento pedido pelo magistrado se deu após um pedido de revogação da prisão preventiva de Vaccari, feito por sua defesa.

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“Em vista da louvável disposição da defesa para esclarecer os fatos e considerando a relevância do ponto para a prisão preventiva, intime-se a defesa para, querendo, esclarecer os aludidos depósitos em dinheiro de R$ 583.400,00 entre 2008 e 2014 na conta de Giselda Rouse de Lima, aparentemente sem origem comprovada, demonstrando origem e natureza dos valores”, afirmou Moro. “Prazo de cinco dias.”

A força-tarefa da Lava Jato identificou depósitos ‘picados’, no limite próximo de R$ 10 mil cada, que somaram R$ 322,9 mil em conta da mulher de Vaccari. Em um único dia, 12 de dezembro de 2013, Giselda teria recebido cinco depósitos, quatro deles no valor de R$ 2 mil e um de R$ 1.500. O rastreamento bancário de Giselda pegou o período entre 1.º de julho de 2006 e 18 de dezembro de 2014.

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Além dos depósitos ‘fatiados’, os peritos do Ministério Público Federal constataram, a partir da quebra do sigilo bancário, que caíram na conta da mulher do tesoureiro do PT repasses superiores a R$ 10 mil, também em dinheiro, que somaram R$ 260,5 mil, entre 19 de setembro de 2008 e 29 de outubro de 2012. As quantias somadas chegam aos R$ 583,4 mil que a Justiça quer que Vaccari explique.

Vaccari pede absolvição sumária

Defesa sustenta que não há indicativos de que ex-tesoureiro do PT tenha levantado dinheiro irregular, da Petrobras, para agremiação

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Investigação

A Operação Lava Jato investiga um esquema de cartel, corrupção e propinas a políticos na Petrobras, do qual Vaccari é acusado de envolvimento. No dia 28 de abril, o ex-tesoureiro do PT pediu revogação da ordem de prisão preventiva que o mantém desde 15 de abril sob custódia.

O pedido foi subscrito pelo criminalista Luiz Flávio Borges DUrso, que o defende. Vaccari está preso na Polícia Federal em Curitiba (PR), base da Lava Jato, sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de propina do esquema Petrobrás supostamente direcionada para o partido.

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Como “derradeira argumentação”, Vaccari sugere ao juiz Sérgio Moro -- que conduz as ações da Lava Jato e mandou prendê-lo --, a adoção de uma medida cautelar, “especialmente aquela que dispõe sobre a concessão de liberdade vigiada por meio de tornozeleira eletrônica, medida que abranda e afasta o rigor extremo desta prisão preventiva, que se mostra injustificada”.

Nesta sexta-feira (8), um pedido de absolvição sumária foi feito pela defesa.