O deputado Paulo Maluf (PP-SP) e outras quatro pessoas foram indiciados em Nova York por suspeita de desvio de mais de 11,6 milhões de dólares na construção da avenida Jornalista Roberto Marinho, antiga Água Espraiada, Zona Sul de São Paulo, disseram autoridades na quinta-feira.
Um tribunal de Manhattan indiciou Maluf por suposto envolvimento num esquema de pagamento de suborno quando ele era prefeito de São Paulo. O dinheiro arrecadado teria sido transferido para uma conta bancária em Nova York e de lá para outra conta, na ilha de Jersey, segundo nota do procurador regional de Manhattan.
Os outros indiciados são seu filho Flávio Maluf; Simeão Damasceno de Oliveira, diretor financeiro de uma empreiteira brasileira; Joel Guedes Fernandes, tesoureiro da empresa; e o doleiro Vivaldo Alves.
Maluf, que, além de prefeito, foi governador do Estado de São Paulo, ocupa desde o começo de fevereiro uma cadeira na Câmara dos Deputados, o que lhe garante imunidade parlamentar. Outras vezes acusado de envolvimento em casos de corrupção, ele chegou a ser preso em 2005, em São Paulo( sob acusação de lavagem de dinheiro.
Os promotores dos EUA dizem que construtoras subcontratadas para a obra eram obrigadas a apresentar faturas falsas ou inflacionadas às empreiteiras responsáveis pelo projeto, que por sua vez apresentavam esses dados à Secretária de Obras Públicas do município.
Maluf foi prefeito da capital pela última vez de 1993 a 1996, período caracterizado por muitas obras públicas na cidade.
A assessoria de imprensa de Maluf afirmou em nota que ``as declarações da Promotoria Distrital de Nova York (...) permitirão, finalmente, que Paulo Maluf possa se defender e provar que é inocente das acusações que lhe fazem''.
Diz a nota que ``Paulo Maluf não tem e nunca teve conta bancária em Nova York'' e que todas as acusações que lhe foram feitas ``jamais foram provadas e são fruto de perseguição política''.
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