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A vereadora (de branco) foi transferida de uma delegacia para o quartel do Corpo de Bombeiros | Luciano Mendes / Gazeta do Povo
A vereadora (de branco) foi transferida de uma delegacia para o quartel do Corpo de Bombeiros| Foto: Luciano Mendes / Gazeta do Povo

Perfil da vereadora

Reeleita para seu terceiro mandato consecutivo na Câmara Municipal de Ponta Grossa, a vereadora Ana Maria Branco de Holleben (PT) tem 61 anos de idade e é professora aposentada.

Em seus dois mandatos, desenvolveu trabalhos sociais e de lazer com comunidades carentes de Ponta Grossa, especialmente para crianças, idosos e donas de casa. Ana Maria também trabalhou no combate à violência contra a mulher. Ela lidera um grupo de aproximadamente 40 lideranças femininas dos bairros mais afastados de Ponta Grossa que promovem reuniões para conscientizar dos seus direitos as mulheres que sofrem violência doméstica, bem como sobre a necessidade de denunciar esses casos.

Ela também foi presidente da Fundação Cultural, na gestão de Péricles de Mello (PT) na Prefeitura, entre 2001 e 2004.

O juiz de plantão da Comarca de Ponta Grossa emitiu, na tarde desta sexta-feira (4), um pedido de prisão preventiva da vereadora do município Ana Maria Branco de Holleben (PT). Ela é suspeita de simular o próprio sequestro , na última terça-feira (1º), depois da cerimônia de posse dos parlamentares municipais. Um dos dois advogados que trabalham no caso, Jorge Sebastião Filho, afirma que a defesa pretende requerer Habeas Corpus junto ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR).

Ana Maria estava presa no regime temporário – determinação com duração de cinco dias – desde a última quarta-feira (2). No primeiro dia, ela permaneceu sob escolta policial no Hospital Regional de Ponta Grossa. Nesta quinta-feira (3), a petista foi encaminhada à 13ª Subdivisão Policial do município, onde permaneceu em uma sala porque, segundo a polícia, inspira cuidados de saúde.

A vereadora, que tem direito à cela especial, foi transferida, por volta das 17h45 desta sexta-feira, para o quartel do Corpo de Bombeiros, no bairro Nova Rússia, da cidade dos Campos Gerais.

A detenção em modalidade diferenciada está prevista no Código de Processo Penal, no artigo 295, que diz que pessoas de diversos cargos públicos, entre eles vereadores, serão encaminhadas a quartéis ou celas especiais quando sujeitas à prisão antes de condenação definitiva.

Os outros três presos como suspeitos de envolvimento no caso também tiveram seus pedidos de prisão prorrogados. Eles mantiveram, no entanto, a prisão temporária. A validade da detenção é de mais cinco dias para o trio formado pelo motorista da petista, Idalécio Valverde da Silva, sua mulher, Suzicleia Valverde da Silva e Adalto Valverde da Silva, irmão de Idalécio.

Reginaldo do Nascimento, que foi citado pelos suspeitos como motorista do Gol branco onde a vereadora foi colocada para simular o sequestro, é considerado como foragido pela polícia.

Câmara e nota oficial do PT

O presidente da Câmara Municipal de Ponta Grossa, Aliel Machado (PCdoB), afirma que os vereadores vão se reunir numa sessão, ainda sem data definida, para instalar uma Corregedoria que vai analisar o caso de Ana Maria.

O Diretório Municipal do PT também se manifestou na tarde desta sexta-feira, por meio de nota, informando que o caso da vereadora será avaliado pela Comissão de Ética e Disciplina do partido na cidade. Ela também ficará afastada da função de dirigente do PT municipal. Idalécio e Susicleia, que são filiados ao PT de Ponta Grossa, também terão seus casos analisados pela Comissão de Ética e Disciplina do diretório municipal.

"Tanto a Ana quanto o Idalécio e a esposa sempre tiveram uma conduta exemplar no partido. Não se pode execrar uma pessoa sem levar em conta a história de vida que ela tem", disse o deputado estadual Péricles de Holleben Mello (PT), que é primo da vereadora.

Relembre o caso

A vereadora ficou desaparecida durante 24 horas, quando seu assessor Idalécio Valverde contou à polícia que Ana havia sido raptada por quatro pessoas. Na manhã desta quinta-feira, porém, Idalécio, mais o irmão Adalto e a esposa Suzicleia foram presos e, segundo policiais, contaram a farsa. A vereadora teve a prisão pedida e foi encontrada no Hospital Regional sob efeito de sedativos, de onde saiu para a delegacia, na tarde de quinta-feira.

Ana e seus assessores deverão responder pelos crimes de formação de quadrilha, simulação de sequestro e fraude processual.

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