A Justiça determinou o bloqueio dos bens do ex-prefeito de Jandira Paulo Bururu e de mais 11 pessoas e empresas. Segundo o Ministério Público, elas estão envolvidas em um esquema de fraude na merenda escolar. Bururu não foi localizado para comentar a decisão.
Genivaldo dos Santos, que foi sócio da Verdurama - uma das empresas suspeitas de participar do esquema de corrupção envolvendo merendas escolares -, contou aos promotores que pagou R$ 70 milhões de propina para várias prefeituras, entre elas a de Jandira. Ele confirmou que deu dinheiro ao ex-prefeito da cidade, Paulo Bururu.
Com base em uma ação cível por improbidade administrativa oferecida pelo Ministério Público, o juiz da 1ª Vara de Jandira determinou o bloqueio dos bens de seis empresas e de seis pessoas no valor total de R$ 110 milhões. Além disso, foi determinada a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bururu, do ex-secretário de obras do município Júlio Eduardo de Lima e do ex-coordenador das merendas escolares Damásio Nunes de Carvalho.
"Em geral, quando ocorre desvio de verba pública através de corrupção no início os corruptos têm até um certo cuidado para não adquirir patrimônio, comprar imóveis, veículos. Mas em um segundo momento, eles são mais descuidados e acabam depositando em suas próprias contas ou até mesmo de parentes", afirma o promotor José Augusto Faro. Na ação, o Ministério Público apresenta um documento que o próprio denunciante diz ser a prova do pagamento de R$ 150 mil que ele fez ao ex-prefeito para que a merenda escolar fosse terceirizada.
A ação também afirma que Paulo Bururu adquiriu vários bens incompatíveis com os rendimentos dele, como imóveis em Campos do Jordão, em Caraguatatuba e uma casa no valor de R$ 210 mil num condomínio de alto padrão em Jandira. "Esses imóveis foram comprados nas épocas dos pagamentos das merendas escolares e foi quando subiu, cresceu o patrimônio do ex-prefeito", completa o promotor.
De acordo com os promotores, o ex-secretário de obras Júlio Eduardo de Lima recebeu R$ 516 mil da SP Alimentação para a sua campanha fracassada a prefeito de Jandira. O dinheiro, de acordo com a investigação, veio do superfaturamento na compra das merendas.
A Verdurama diz que a ação é pouco clara, baseada em depoimentos de uma pessoa que se protege sob o artifício da delação premiada. E que não possui qualquer ligação com os demais réus. A SP Alimentação afirma que não tem conhecimento da decisão e, por isso, não pode se defender.
O ex-prefeito Paulo Bururu, o ex-secretário de obras Júlio Eduardo de Lima e o ex-coordenador das merendas escolares Damásio Nunes de Carvalho não foram encontrados pela equipe do SPTV para comentar a decisão da Justiça.
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