Custo de não fazer nada é maior do que investir em marketing jurídico

Entre os dias 15 e 17 de outubro, aconteceu a 10º edição da Fenalaw em São Paulo – maior evento jurídico da América latina. Aqui repasso o que de mais novo está sendo desenvolvido no campo da gestão legal e marketing jurídico nos principais escritórios de advocacia do país, informações estratégicas para quem não pôde estar presente. A expectativa era que o evento movimentasse cerca de R$ 24 milhões com mais de 4 mil profissionais.

No primeiro dia do evento, especialistas relataram oportunidades para que os advogados invistam em nichos específicos com grande potencial, como os do direito autoral, do consumidor, esportivo e digital, além de traçarem um novo perfil do profissional da área jurídica, com maior capacidade empreendedora, conectando finanças, marketing, jurídico, pessoas e negócios.

Entre os assuntos, foi discutido o relacionamento entre escritórios e departamentos jurídicos e qual é a melhor forma de gerir essas parcerias com foco na obtenção de resultados. A gestão da produtividade jurídica, contratação e remuneração por meio de indicadores de desempenho, critérios utilizados pelos departamentos jurídicos para credenciar ou descredenciar escritórios com baixo resultado, e como realizar uma gestão de custos compartilhada. Além da necessidade de uma estrutura informatizada, com sistemas de dados e relatórios constantes sobre o andamento e a gestão dos casos.

No segundo dia foram apresentadas duas estratégias fundamentais para a conquista da competitividade das marcas jurídicas: relacionamento com o cliente e investimento em políticas de desenvolvimento de equipes. Os tópicos giraram em torno da negociação, motivação dos colaboradores, produção de conteúdo, além de finanças e prospecção de clientes. Como firmar e manter contratos rentáveis, precificação e a quem é importante delegar o relacionamento com clientes.

Rentabilidade, fusões entre pequenos escritórios para o fortalecimento da banca e mercados em ascensão, como a indústria farmacêutica e a do entretenimento. A gestão de pessoas e carreiras em escritórios de advocacia foi outro tema relevante. Destaque para montagem da estrutura organizacional e remuneração estratégica. A avaliação de desempenho por meritocracia e a prática de dar feedbacks contribuem para o alcance de objetivos e da cultura empreendedora. Plano de capacitação, coaching e retenção de talentos foram outros assuntos ressaltados. A internacionalização de escritórios, parcerias e associações internacionais, demanda por negócios no Brasil e ainda investir em networking com executivos e escritórios estrangeiros por meio de redes sociais (LinkedIn, Facebook e Twitter), participação em feiras, congressos e especializações fora do país. Aproveitar as viagens para visitar escritórios e pesquisar o cenário econômico e o ramo de atividade das empresas no país onde se deseja atuar.

A controladoria jurídica e os principais indicadores, como controle de metas, êxito x número de ações, número de liminares solicitadas x liminares requeridas, números de acordos realizados x ações, redução do passivo das empresas, porcentual de economia dos clientes pela eficácia do escritório, redução das custas processuais e desempenho nas audiências. Para concluir, a fórmula: dados + informações + conhecimento = consultoria jurídica para melhorar a gestão operacional do cliente.

No último dia do evento, o público presente pôde acompanhar o "Fórum Empreendedor para Pequenos, Médios e Escritórios Boutique". Tratou-se sobre a estruturação da gestão empresarial dos escritórios e as áreas fundamentais como: finanças, RH, marketing, tecnologia da informação e administração.

No segundo fórum da manhã, o tema principal foi o marketing jurídico, sempre com o cuidado de não infringir o Código de Ética da OAB. Entre os temas de relevância, ressaltamos o investimento em marca, comunicação institucional e relacionamento com os clientes. O planejamento estratégico foi outro tópico abordado, o qual deve gerar um plano de ação a curto, médio e longo prazos, com divisões progressivas, desde a estruturação, a prospecção, até a potencialização e a manutenção do projeto. No marketing digital, as estratégias essenciais são: site dinâmico, com domínio próprio, desenvolvido com sistema administrativo de notícias e artigos e com tecnologia de URLs amigáveis. Vídeos e interação com as redes sociais e conteúdos postados diariamente irão trazer novas visitas ao seu escritório virtual, o site. O investimento em links patrocinados, como o Google Adwords e o Face Ads também são práticas para advogados exercerem eficazmente o mar­­keting jurídico digital. Porém de nada adianta ter todas estas ferramentas digitais se os profissionais não investirem em produção de conteúdo, como notícias e artigos.

Ainda foi dado ao público um panorama sobre lucratividade em diferentes categorias de escritórios: pequeno porte: 25%, médio porte: 35%, grande porte: 25% a 30%, e escritórios boutiques com alta especialização: cerca de 60%.

O workshop gestão financeira e contábil trouxe a mensagem de que o advogado que tiver esse conhecimento será capaz de trazer resultados superiores. Itens como a elaboração, interpretação, análise dos demonstrativos financeiros são atividades que devem ser incorporadas no dia a dia dos sócios.

Invista em seu escritório, pois uma das mensagens mais marcantes foi de que o custo de não fazer nada é maior do que investir em projetos de gestão e marketing jurídico.

Alexandre de Souza Teixeira, empresário, é especialista em marketing jurídico e professor de MBA.