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Ficha técnica

Naturalidade: Guaxupé, Minas Gerais

Currículo: doutor em Direito Tributário pela PUCSP, doutorando em Língua Portuguesa pela PUCSP, mestre em Direito Público e Evolução Social pela UNESA/RJ, professor de Direito Tributário e de Língua Portuguesa da Rede de Ensino LFG/ANHANGUERA, coordenador e professor do curso de pós-graduação em Direito Tributário da Rede de Ensino LFG/ANHANGUERA

Juristas que admira: Ricardo Lobo Torres, Hugo de Brito Machado e Betina Grupenmacher

O que está lendo: O Deserto dos Tártaros, de Dino Buzzati

Nas horas vagas: é motociclista

Professor há 18 anos e com mais de 615 mil curtidas em sua página no Facebook, o doutor em Direito Tributário pela PUC-SP Eduardo Sabbag trilhou naturalmente o caminho até a docência. Autor de obras jurídicas tradicionais com foco no ensino, o professor também é entusiasta das novas mídias na educação a distância. Audiobooks e videoaulas fazem parte do seu método de ensino, que já treinou 300 mil concurseiros. Segundo ele, autores ortodoxos que não acompanharem as mudanças na forma de ensinar estarão próximos do fim. Assim como aspirantes a servidores públicos que focarem esforços apenas no conteúdo técnico dos editais e esquecerem outros pontos como administração do tempo para a realização das provas e o controle emocional. À reportagem do Justiça & Direito, o professor Sabbag falou, por telefone, dos desafios para alcançar a tão sonhada carreira jurídica pública. Confira.

Quais os maiores desafios hoje para quem quer passar em um concurso público?

Disciplina é um desafio para o concurseiro, assim como a dedicação. Mas há outras dicas importantes, principalmente com relação ao conhecimento. Quando eu digo conhecimento, não é apenas o domínio das matérias solicitadas no conteúdo programático do edital do concurso. O conhecimento também diz respeito ao ato de fazer a prova, de participar de um concurso. O candidato mal preparado vai administrar mal o tempo da prova, demorando mais do que o necessário para cada questão. Por isso é muito importante ter conhecimento da administração do tempo.

Então o candidato deve pensar muito além do conteúdo em si...

Sim. O candidato também deve focar no peso das matérias. Aquela que tiver menos peso no edital deverá requerer menos tempo de estudo na estratégia do vencedor. É muito comum o candidato desavisado cometer falhas elementares como estudar mais a matéria que pesa menos. Isso certamente vai tirá-lo do páreo. Há também o fator do conhecimento de sua própria condição psicológica. Para fazer uma prova, você precisa ter o controle emocional. Pode parecer um grande clichê, mas o controle emocional é tudo. Durante a prova você pode ter momentos de insucesso, mas, se administrar bem esse emocional, o candidato pode superar aquela situação momentânea e terminar a prova com resultado positivo.

Muitos candidatos falham nessa hora?

Eu já cansei de ver alunos que se saíram mal em concursos por terem o conhecimento técnico, mas não desses outros três elementos. É uma estratégia de guerra. Podemos usar uma metáfora: não basta você ter o melhor armamento, você precisa saber usá-lo com eficiência.

Com relação ao conteúdo programático, como fazer um estudo eficiente?

Se um candidato estuda para um concurso durante seis meses, ele deve utilizar o último mês apenas para revisão. Não adianta estudar direto os seis meses, porque na hora da prova ele não vai conseguir demonstrar aquilo que foi assimilado no começo da jornada. A revisão é fundamental. Outra coisa importante é fazer testes. Em uma prova há, por exemplo, 100 testes para resolver. Para passar nesse concurso, o candidato deve resolver durante os estudos no mínimo 2 mil testes. Isso corresponde a 20 provas. Se eu quero fazer uma prova, eu tenho que ter testado previamente 20 provas. Combinando isso na receita com aquele conhecimento funcional que citei antes, o prato vai sair impecável.

Os audiobooks e videoaulas funcionam?

Hoje a apreensão do conhecimento é feita pelos mais diferentes modos. O leitor da atualidade requer esse dinamismo. No passado nós aprendíamos apenas lendo os livros. Hoje as pessoas aprendem assistindo a uma aula na internet, ouvindo o professor num audiolivro ou quando uma dica aparece por alguns instantes no seu smartphone. Essa é a razão pela qual o ensino se tornou mais dinâmico e heterodoxo. Todas as novas mídias vêm ao encontro da necessidade do estudante da atualidade. Aqueles que escrevem e não estão antenados com esse novo tipo de público devem encontrar dificuldades. O mais interessante é que as novas mídias conseguem a interação e a eficiência no ensino como nos métodos tradicionais. Eu uso esse tipo de método há muitos anos e vejo a interação, vejo meu aluno aprendendo, vejo meu aluno passar em concurso. Quem pode me dizer que não funciona?

Hoje são exigidos conhecimentos em vários campos do direito mesmo para cargos de nível médio. Como os candidatos devem lidar com isso?

A dica é enfrentar os editais da forma que eles são apresentados. O fato de serem exigidas disciplinas jurídicas, ainda que o concurso seja para nível técnico, é algo que deve ser enaltecido em razão da importância do direito no exercício de qualquer função pública. Devemos levar em consideração que o nível de exigência não é tão elevado. Eu não vejo essa solicitação como algo negativo. O exercício da função pública requer minimamente o conhecimento do Direito. Essas disciplinas terão implicação no dia a dia do servidor público, mesmo quando ocupante de um cargo técnico.

O perfil dos candidatos a vagas de nível médio e superior devem ser diferentes?

Eu acredito que os perfis podem ser diferentes na medida em que os cargos a serem preenchidos são diferentes e as funções a serem exercidas, também. Há uma expectativa do Estado em recrutar pessoas diferentes a depender dos cargos que deverão ser ocupados. Mas há um ponto em comum: se você deseja ocupar uma vaga em um cargo público, você irá necessariamente enfrentar um concurso que requer disciplina e estratégia nos estudos. Independentemente daquele perfil que ocupa um cargo técnico ou daquele de nível superior, a história deles tem algo em comum. Todos suaram a camisa para conseguir vencer as provas e a competição que se estabelece hoje nos concursos públicos no Brasil.

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