Toda pessoa investida de uma função pública deve seguir um código de ética durante a atuação em sua profissão. A dúvida surge quanto ao seu comportamento longe do âmbito profissional. Até que ponto ele deve ser exigido do agente político em sua vida privada?
A matéria especial de hoje apresenta esse debate a partir do afastamento de um procurador da República de Santa Catarina após ter cobrado, no Facebook, uma reação das Forças Armadas contra o governo federal, além de ter feito elogios à ditadura militar. Para o Conselho Nacional do Ministério Público, como guardiões da Constituição Federal, seus membros não podem fazer ataques ao regime democrático atual.
Nesta semana trazemos ainda um instigante artigo do professor da Faculdade de Direito da UFPR Egon Bockmann Moreira, que levanta uma série de questões a respeito da realização de estágio. Ele cita outros juristas que defendem que os alunos só comecem a fazer estágio a partir do quarto ano. Isso para que nos três primeiros anos possam se dedicar integralmente às disciplinas fundamentais. O professor não responde à questão sobre qual seria o tempo adequado, mas levanta uma série de variáveis que interferem nessa escolha: como as exigências dos escritórios, a vontade de passar em concursos e nas provas de mestrado... Também não podemos nos esquecer de que a sociedade exige que os jovens se tornem produtivos muito cedo. Além do fato de a grande maioria estudar em faculdades privadas. A questão é importante e tanto educadores quanto alunos devem dedicar um tempo de maior reflexão a ela.
Aproveito que esta é a última edição do Justiça & Direito de 2014 (voltamos no dia 9 de janeiro) para desejar um feliz Natal e que 2015 seja um ano repleto de alegrias e muito melhor do que este que logo chega ao fim.
Boas festas!
Kamila Mendes Martins, jornalista e advogada. Editora do caderno Justiça & Direito
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