ONG
Entidade organiza advogados interessados na advocacia pro bono
O Instituto Pro Bono do Brasil é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 2001 por 37 profissionais entre advogados, promotores e professores de Direito , que tem como objetivo promover o acesso à Justiça no Brasil, organizando e reunindo advogados interessados em atuar pro bono para entidades do terceiro setor que não possuem recursos financeiros.
Além dessa função principal, o instituto desenvolve outros projetos como o que estimula estudantes de Direito a dedicarem parte do seu tempo a atividades gratuitas. O instituto ainda presta assistência a um centro de atendimento gratuito a mulheres vítimas de violência sexual e doméstica e realiza o Mutirão Pro Bono para compartilhar conhecimentos da área jurídica com a população.
Atualmente, mais de 700 entidades são beneficiadas pelo trabalho do Instituto Pro Bono, que conta com a atuação de 500 advogados e 40 escritórios de advocacia de todo o Brasil.
Pro bono
A advocacia pro bono é o serviço "para o bem do povo", prestado de maneira gratuita por advogados para pessoas jurídicas, principalmente organizações não governamentais (ONGs), e, segundo o conselheiro federal da OAB Luiz Flávio Borges DUrso, não pode ser confundida com a atividade gratuita pontual do profissional como a destinada a um amigo, familiar ou pessoa carente.
Serviço
Para saber como se cadastrar como advogado pro bono ou colaborar com o instituto, basta entrar no site da instituição (www.probono.org.br) ou enviar um e-mail para faleconosco@institutoprobono.org.br.
Interatividade
O que você acha da advocacia pro bono? Pessoas físicas também deveriam ser beneficiadas?
Deixe seu comentário abaixo ou escreva para leitor@gazetadopovo.com.br
Leia as regras para a participação nas interatividades da Gazeta do Povo.
As mensagens selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
Com o intuito de criar uma comissão para regulamentar a advocacia pro bono nas 27 seccionais de maneira unificada, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspendeu temporariamente as limitações à atividade em todo o país. Ou seja, até que a comissão termine seus trabalhos, não há regras para essa forma de atuação. Até agora, os estados eram autônomos para formar esse regramento, mas, conforme a instituição, alguns não o tinham ou apresentavam deficiências. Em São Paulo, por exemplo, as normas limitavam o trabalho gratuito do advogado para pessoas físicas.
Como o nome indica, a advocacia pro bono é o serviço "para o bem do povo", prestado de maneira gratuita por advogados para pessoas jurídicas, principalmente organizações não governamentais (ONGs), e, segundo o conselheiro federal da OAB Luiz Flávio Borges DUrso, não pode ser confundida com a atividade gratuita pontual do profissional como a destinada a um amigo, familiar ou pessoa carente. A atividade pro bono é polêmica, porque esse serviço pode ser utilizado pelo advogado para angariar novos clientes, o que não é permitido pelo Código de Ética e Disciplina da OAB.
DUrso, que foi o responsável por suspender as regras vigentes e é o relator da comissão que vai discutir o tema, afirma que o propósito da instituição não é limitar a atuação do advogado nessa esfera. "O pro bono só não pode ser um subterfúgio para uma infração ética", aponta. Segundo o conselheiro, ainda não há parâmetros para se construir esse novo regramento, pois a comissão deve receber sugestões de representantes das seccionais para elaborar o melhor sistema. "Estamos partindo do zero, não há nada pré-concebido. É preciso existir uma regra única para todo o Brasil, senão vai ser o caos", diz.
Advocacia para o bem
O diretor do Instituto Pro Bono, organização sem fins lucrativos fundada em 2001 (leia mais ao lado), Marcos Fuchs, acredita que a decisão da OAB é um passo importante para regulamentar a atividade, mas ressalta que as normas devem se estender para toda a advocacia gratuita. "Necessitamos de algo mais efetivo que também inclua as pessoas físicas no sistema pro bono. Só assim a OAB colaborará para uma melhoria efetiva no acesso à Justiça no Brasil", diz.
O advogado Paulo Motta, que se dedica ao estudo do assunto, destaca que, mesmo sendo uma atividade antiga, a advocacia pro bono ainda é feita de maneira "amadora" no Brasil. "O advogado precisa ser estimulado a fazê-la, mas a atividade deve ser proativa", acredita. Motta cita que o profissional do Direito tem um dever público previsto na Constituição Federal e, por isso, é essencial que ele não se dedique apenas à atividade privada. "O advogado precisa avançar e se servir da atividade como uma maneira de entrega à população para que ele possa ser mais útil à sociedade e não somente às causas do seu escritório", aponta.
Modelo americano é exemplo
Apesar de se tratarem de sistemas jurídicos diferentes, o advogado Paulo Motta acredita que o modelo da advocacia pro bono dos Estados Unidos pode ser tomado como exemplo para o regramento brasileiro. Lá, o sistema se tornou essencial para garantir assistência aos cidadãos carentes, já que a lei americana não exige a presença de um defensor em todos os casos e a Defensoria Pública do país está sobrecarregada.
"Nos EUA as bancas privadas prestigiam e incentivam os advogados americanos a atuar por solidariedade. Existe, inclusive, um ranking de horas trabalhadas pro bono", conta. A American Bar Association (ABA) a OAB norte-americana também realiza campanhas para estimular a atividade no país, com vídeos gravados por ministros, juízes, advogados e representantes de instituições jurídicas destacando a importância do serviço.
Alguns estados norte-americanos ainda permitem que o período empregado em serviços pro bono seja creditado ao tempo necessário em cursos de educação continuada. Em Orlando, na Flórida, a seccional da ABA chegou a tornar obrigatória a destinação de pelo menos 50 horas/ano dos advogados em trabalhos gratuitos. Quem não dispor de tempo deve contribuir em dinheiro para um fundo de assistência judiciária do estado.
A Internacional Bar Association (IBA) entidade internacional que congrega mais de 200 associações de advogados de diversos países promove um encontro anual dos advogados pro bono do mundo inteiro, premiando os destaques. Em 2011, o prêmio foi concedido à advogada brasileira Flávia Regina de Souza Oliveira, uma das fundadoras do Instituto Pro Bono do Brasil. "Lá, essa atividade é honrada, enquanto que aqui ficamos na expectativa de punir aqueles que a praticam. O raciocínio tem de ser inverso", acredita o advogado Paulo Motta.
Acordos com governo e oposição dão favoritismo a Alcolumbre e Motta nas eleições no Congresso
Lula abre espaço para Lira e Pacheco no governo e acelera reforma ministerial
Trump diz que “definitivamente” vai impor tarifas à União Europeia
A classe média que Marilena Chauí não odeia: visitamos a Casa Marx, em São Paulo
Deixe sua opinião