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Infelizmente, a violência contra a mulher tornou-se algo tão frequente e tolerado que, enquanto estávamos desenvolvendo a pauta da reportagem de capa desta semana, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou uma pesquisa que revela que 58% dos entrevistados concordam com a ideia de que haveria menos estupros se as mulheres soubessem se comportar. Um pensamento demonstrado não apenas por homens mas por mulheres também! Isso reforçou ainda mais a nossa ideia de tentar entender como o Direito trata essas questões.

Constatamos que, no Brasil, há ainda um longo caminho a ser percorrido, tanto pelo direito, quanto em questão de educação, para que os responsáveis por atos de agressão sejam punidos. Desde a falta de estrutura para atendimento da vítima até a preparação inadequada dos operadores do Direito para lidar com esse tema. E há exemplos de sucesso mundo afora, principalmente na Europa, que podem ser seguidos pelos brasileiros. Leia mais na reportagem de capa.

A entrevistada da semana é a árbitra Sophie Nappert, que decidiu abrir mão de um emprego em um escritório de advocacia para trabalhar com arbitragem na Inglaterra. Ela é uma das poucas mulheres na área e, nesta conversa, conta como é atuar com arbitragem e quais os desafios enfrentados.

Entre os articulistas, trazemos dois textos tratando de temas internacionais. O primeiro, da professora Elizabeth Accioly, da Faculdade de Direito de Lisboa, faz uma análise da União Europeia em seus quase 60 anos. O segundo, do advogado Eduardo Saldanha, trata da legitimidade, ou não, do referendo realizado na Crimeia para decidir se a região pode se separar da Ucrânia.

Boa leitura!

Kamila Mendes Martins, jornalista e advogada. Editora do caderno Justiça & Direito

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