O Ministério Público Federal divulgou nesta terça-feira (24) que o ex-governador do Rio Anthony Garotinho e o ex-deputado estadual Álvaro Lins, além de outros oito investigados, foram condenados pela Justiça.

CARREGANDO :)

De acordo com o MPF, a 4ª Vara Federal Criminal condenou o ex-deputado a 28 anos de prisão - por formação de quadrilha armada, corrupção passiva e lavagem de bens - e o ex-governador a dois anos e meio de prisão por formação de quadrilha, convertidos a serviços à comunidade e suspensão de direitos.

Todos os réus podem apelar da decisão em liberdade. O Ministério Público Federal (MPF) denunciou as dez pessoas como integrantes de uma quadrilha que usou a Polícia Civil do Rio de Janeiro para cometer crimes como corrupção e lavagem de bens. Quatro outros réus investigados foram absolvidos.

Publicidade

O G1 entrou em contato com Eduardo Mayr, advogado de Lins, que disse que vai recorrer da decisão.

Já Garotinho se manifestou sobre a decisão na tarde desta terça-feira em seu blog oficial, afirmando que vai "recorrer com todos os instrumentos jurídicos que a lei disponibiliza, por se tratar de uma decisão absurda" (leia a íntegra do post no fim desta reportagem).

Operação Gladiador

O MPF informou que o processo resultou da continuação de apurações da operação Gladiador, desencadeada pelo MPF e Polícia Federal, da quebra de sigilo fiscal de Álvaro Lins e de investigações posteriores de documentos colhidos pela PF. Segundo o MPF, a Justiça atestou a prática de crimes como facilitação de contrabando - para o MPF a exploração de caça-níqueis pelo grupo de Rogério Andrade não era reprimida - e corrupção ativa e passiva.

"A sentença é positiva e reflete uma conquista no combate à corrupção e à impunidade no país. Não obstante, o MPF já recorreu, entre outras coisas, para aumentar a pena de alguns dos condenados, entre eles o ex-governador Anthony Garotinho", diz o procurador da República Leonardo Cardoso de Freitas.

Publicidade

Mais uma perseguição

A decisão da 4ª Vara Federal evidencia mais um capítulo da perseguição covarde dirigida não só a mim, mas a toda minha família. É de se estranhar o fato de ela ser anunciada justamente no período eleitoral, a 41 dias das eleições no país, e justamente quando todas as pesquisas de intenção de voto apontam meu nome como o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro. Enganam-se aqueles que acham tratar-se de uma mera coincidência. Além da afirmação do Ministério Público Federal de que eu sabia das supostas atividades do ex-chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins, não há, nos autos, rigorosamente, nenhuma acusação ou prova formais contra mim.

Evidente que vou recorrer com todos os instrumentos jurídicos que a lei disponibiliza, por se tratar de uma decisão absurda, sem amparo legal, e com a qual não me conformo. Quando um grupo se une para a formação de quadrilha, busca obter algum tipo de benefício. A pergunta que se impõe neste momento é: qual a vantagem obtida por mim?

Uma rápida leitura da minha trajetória política e pessoal demonstra que não sou homem de me abater. Tampouco acumulei bens, apesar de ter sido prefeito de Campos em duas ocasiões, deputado estadual, secretário de estado duas vezes e governador do segundo estado da Federação. Reafirmo que essa decisão em 1ª instância, justamente quando me encontro em campanha pelo Sul Fluminense, em nada irá alterar minha disposição de disputar uma vaga à Câmara dos Deputados, no próximo dia 3 de outubro.