Se o mercado da advocacia já é competitivo pelo grande contingente de profissionais, o contexto de crise torna a situação ainda mais difícil. Mesmo com o cenário econômico desafiador até agravando alguns litígios, o contexto de incertezas faz com que muitas pessoas físicas ou jurídicas evitem procurar advogados ou deixem para segundo plano o pagamento de honorários com que já se comprometeram.
Código
de Ética
Independente do contexto econômico, os advogados precisam estar atentos às normas que regem a profissão. Mesmo em tempos de crise, é preciso seguir a tabela de honorários e pagar o piso ético aos profissionais que trabalham nos escritórios
Mas há medidas práticas que podem ajudar profissionais, tanto de grandes escritórios, quanto os que trabalham individualmente ou são iniciantes, a sobreviver a esse momento e talvez até gerar novas alternativas que levem ao sucesso profissional.
Há quase 30 anos exercendo a profissão, o advogado Odacyr Prigol classifica o atual momento como um “paradoxo”, em que, ao mesmo tempo em que aumenta a procura pelos serviços dos advogados, muitos clientes têm dificuldades para honrar seus compromissos e precisam renegociar os contratos ou solicitam a redução de preços.
Tempos difíceis estimulam a criatividade
Um efeito positivo da crise é que, sob pressão, muitos profissionais acabam por buscar respostas que não buscariam em tempos mais tranquilos. “A procura para soluções de ordem legal aumenta significativamente”, observa o advogado Odacyr Prigol.O profissional, que trabalha com mais seis advogados associados em seu escritório, conta que já passou por
Leia a matéria completaMas é preciso reagir. “O advogado não deve ficar entrincheirado, aguardando cliente tenha atitude”, observa Prigol.
Beatriz Machnick, gerente administrativo-financeira do escritório Andersen Ballão, tem feito algumas experiências para equilibrar as contas. O Justiça & Direito selecionou algumas dessas ideias práticas facilitar a vida dos advogados nesses tempos áridos. As medidas podem servir não somente para grandes escritórios, mas também para quem está começando ou trabalha sozinho. Confira algumas das dicas a seguir:
Diversificar a carteira de clientes
Busque clientes em diferentes segmentos do mercado:
- Nunca permita que um cliente represente mais do 20% do faturamento.
- Distribua a receita de maneira proporcional entre a carteira de clientes
- Exemplos: 1. Um grande cliente da área de construção civil traz uma receita importante. Mas na crise a queda de resndimento desses cliente pode ter um impacto forte no orçamento do escritório; 2. Já um cliente da área de exportação pode estar em situação melhor por causa da variação cambial e isso acaba sendo benefício para quem advogada para esse cliente
Fluxo de caixa
Às vezes não há falta de recursos, mas descompasso no caixa. Procure equilibrar as contas
- Verifique todas as saídas do mês: quais são os pico de saída de recursos? (folha de pagamento, impostos, etc.)
- É preciso casar os picos de saída com os de entrada de recursos
- Importante: tenha diferentes tipos de modelos de honorários: clientes que pagam por mês e trabalhos pontuais
Ações preventivas
O cuidado com o que é possível controlar pode poupar os profissionais de maiores prejuízos
- Fundo de reserva de caixa: destine parte do faturamento para uma reserva que dure de 3 a 6 meses, caso ocorra uma queda no recebimento de honorários.
- Administração de custas processuais: habitualmente, escritórios pagam as custas para o cliente e pedem reembolso. Esse gap até o reembolso é bancado pelo fluxo de caixa. O recomendado é ter um capital de giro para custas. Qual a necessidade mensal de capital para custas? Te mpo é dinheiro: envie o recibo para reembolso para o cliente o quanto antes.
- Política de cobrança: ligue para o cliente para lembrar sobre os honorários, na rotina d+2, ou seja, o “lembrete” é feito após dois dias do vencimento, de forma amigável e reforçando o relacionamento. O cliente já sabe que será lembrado. É importante que a equipe financeira conheça a atividade fim do escritório para que esse relacionamento seja efetivo.
Negociação de honorários deve ser franca
Em tempos em que todos procuram economizar, é natural que advogados se sitam divididos ao pensar em aliviar o preço dos honorários para atrair ou manterclientes. Essa alternativa não está completamente equivocada, mas se for feita sem planejamento pode ser desastrosa.
A gerente administrativo-financeira Beatriz Machnick recomenda uma conversa franca com os clientes, oferecer parcelamentos e até combinar um honorário mais leve para uma fase inicial ou mais crítica, mas deixar pré-definido que futuramente haverá uma nova conversa sobre o contrato e os valores cobrados.
Beatriz também diz que o advogado não deve ser visto como um ônus, mas “solucionador de problemas”. “É papel dos advogados valorizar seus honorários. O relacionamento é fundamental para que o cliente o veja como um investimento e não como um custo.
Intangível
A administradora reconhece que a precificação de honorários sempre é subjetiva, já que o advogado vende bens intangíveis: horas de trabalho, expertise e experiência. Ela lembra que é importante que se enfatize para o cliente a importância desses itens.
Beatriz aponta que é importante que o “advogado consiga fazer com que o cliente o veja como um parceiro, que conhece seu negócio”.
Governistas querem agora regular as bets após ignorar riscos na ânsia de arrecadar
Como surgiram as “novas” preocupações com as bets no Brasil; ouça o podcast
X bloqueado deixa cristãos sem alternativa contra viés woke nas redes
Cobrança de multa por uso do X pode incluir bloqueio de conta bancária e penhora de bens