O curitibano Amauri Santos da Silva Junior, de 31 anos, ganhou fama na internet nas últimas semanas com a divulgação de um vídeo que viralizou com a atuação dele no Tribunal do Júri. O profissional chamou atenção porque deu um salto mortal enquanto apresentava sua tese de defesa e acabou ficando conhecido como advogado ninja ou advogado acrobata.
A imagem de Silva Junior saltando de costas de um palco e caindo de pé que está sendo divulgada agora é de um julgamento aconteceu em 2014 e que tinha em pauta uma tentativa de homicídio que teria ocorrido em Curitiba em 2005.
O profissional defendia uma cliente por acusação de tentativa de homicídio e com o intuito de demostrar que a acusada era inocente, deu o mortal e em seguida, anunciou: “Se isso aqui fosse um crime e meu sócio não soubesse, ele teria que ser punido também? Se eu que fiz?”.
O apelo, conforme o advogado, foi adotado para demonstrar que sua cliente não teve envolvimento direto com o caso e, portanto, era inocente. Além disso, para ele o ato foi uma “ilustração aos jurados em protesto aos inocentes”.
Segundo o advogado, a – literalmente – manobra conquistou a os jurados e sua cliente foi absolvida. Mas este não foi o único ato inusitado ao longo de sua carreira de três anos. Ele conta que, em outro julgamento, enquanto o promotor defendia sua tese, ele e seu colega levaram uma cafeteira e fizeram café para distrair os jurados. “Em uma hora de fala do promotor eu tomei trinta cafés e a gente acabou ganhando o caso também”, comenta o advogado.
O advogado explica que tem esse tipo de comportamento porque o Tribunal do Júri é composto por cidadãos leigos, que não possuem grande conhecimento sobre direito. Para ele há uma necessidade de ser mais claro e não usar termos técnicos do vocabulário jurídico. Ele acredita que ao aposta nas “inovações” pode conquistar melhor a atenção e votos do jurado.
Fusca
Outra parte inusitada desta história, é que, segundo Silva Junior, seu Fusca teria sido incendiado há cerca de dois meses na frente do seu escritório. O ato teria sido motivado por uma inimizade criada entre seus colegas, após o salto mortal no tribunal. O carro continua no local e o proprietário afirma que vai permanecer lá até que o responsável pague pelo que fez ou lhe dê outro veículo.
O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) foi consultado quanto à atitude inusitada de Santos no Tribunal, mas preferiu não comentar. A Seção do Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) também não quis se pronunciar.
Colaborou: Felipa Pinheiro
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