A nova presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, quebrou o protocolo e iniciou o seu discurso cumprimentando o “cidadão brasileiro”. De uma maneira geral, em solenidades oficiais, o discurso é iniciado com cumprimentos às autoridades das diferentes esferas de Poder.
“Não temos o Brasil que queremos, o mundo que achamos que merecemos”, discursou a nova presidente do STF, ressaltando que iniciava a fala cumprimentando “o povo”, para que “cada cidadão brasileiro se sinta saudado por mim e por este STF”.
A solenidade de posse de Cármen Lúcia foi acompanhada pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva – que a indicou ao STF – e José Sarney, além do presidente Michel Temer e dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Em seu discurso, a ministra ressaltou a importância da divulgação dos atos processuais e prometeu que será dada publicidade a todos os atos da corte. “Justiça não é milagre, mas jurisdição não é mistério, de tudo será dado publicidade”, disse ela.
Cármen Lúcia também ressaltou a importância da celeridade da atividade jurisdicional. Disse que é importante que os processos “não fiquem empoeirados nas prateleiras, que tenham começo meio e fim”.
Corrupção
O decano do tribunal, ministro Celso de Mello, ao falar em nome dos colegas para saudar a nova presidente da corte, fez um forte discurso de combate à corrupção e disse que a sociedade não pode permitir conivência com “marginais da República”.
Também falaram o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia. Janot salientou a prudência, o saber e a honradez da ministra Cármen Lúcia, que, segundo ele, já demonstrou sua ponderação e altruísmo em inúmeras decisões.
Já Lamachia frisou que a cultura e a vasta experiência nos diversos campos do Direto em que a ministra Cármen Lúcia atuou “são a garantia do domínio técnico e profundo senso de responsabilidade diante desta alta função de que ora se investe”.