Fernando Wolff Bodziak é o mais jovem entre os candidatos, com 53 anos. Formado em Direito pela UFPR, em 1986, foi aprovado em concurso público para carreira da magistratura em janeiro de 1989, tendo atuado em Jacarezinho, Cândido de Abreu, Imbituva, Umuarama, Guarapuava, Ponta Grossa e Curitiba.
O magistrado foi nomeado em setembro de 2004 juiz do Tribunal de Alçada, mas, com a extinção do órgão em dezembro do mesmo ano, foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná.
Com a aposentadoria da desembargadora Dulce Maria Sant’Eufêmia Cecconi, Bodziak completou o mandato de 2.ª vice-presidência em 2014, quando foi eleito para o mesmo cargo para um mandato de mais dois anos.
Ele tem experiência como gestor em outros cargos: já foi diretor administrativo e financeiro e vice-presidente da Associação de Assistência Médico Hospitalar dos Magistrados do Estado do Paraná (JUDICEMED) e presidente do Conselho de Supervisão dos Juízos da Infância e da Juventude (CONSIJ). E é justamente essa experiência que ele pretende levar para a presidência do Tribunal de Justiça. “Como magistrado idealista e com experiência em gestão, acredito na possibilidade de contribuir para melhorar os serviços prestados à população pelo Poder Judiciário, realizando uma gestão transparente, dinâmica, eficiente, coparticipativa, planejada e direcionada aos resultados”, diz.
Quais são as suas principais propostas para o TJ?
Reestruturar administrativamente o TJPR, de acordo com as políticas judiciárias atuais e aplicação das melhores técnicas de gestão pública, conferindo especial enfoque aos recursos humanos, com valorização dos magistrados e servidores, em busca da melhoria da prestação jurisdicional.
Qual a sua visão sobre a redução de membros do Órgão Especial?
Apesar da existência de respeitáveis opiniões em sentido contrário, entendo ser mais consentâneo com o porte do TJPR manter o número atual de membros do Órgão Especial, sem olvidar da possibilidade de adotar medidas administrativas para assegurar estrutura de pessoal compatível com a demanda do colegiado.
A OAB-PR tem cobrado veementemente melhoria na infraestrutura e na prestação dos serviços do primeiro grau de jurisdição. Como o senhor pretende atender a essa demanda?
É imperioso priorizar o 1.º grau e estar atento às necessidades do 2.º grau, com a realização de concursos públicos, relotações de servidores, gestão por competências e padronização das operações, entregando à população uma Justiça mais próxima, rápida, fácil e eficiente.
O senhor é favorável à criação das duas novas câmaras cíveis?
Diante da análise demanda/membros do TJPR e da necessidade de priorização de investimentos em situações emergenciais, não encontro razão para criar, no momento, mais duas Câmaras Cíveis, permanecendo aberto a rever meu posicionamento caso estudos justifiquem a criação de tais órgãos julgadores.
Como pretende cumprir as metas do CNJ?
Criando uma controladoria específica, vinculada à Presidência e com suporte da Corregedoria-Geral da Justiça, que monitorará não apenas as metas nacionais anuais do Poder Judiciário, como também todos os indicadores do Planejamento Estratégico 2015-2020 do TJPR.
Na atual gestão, houve poucas nomeações de servidores aprovados em concursos que ainda estão valendo, caso dos técnicos para o segundo grau de jurisdição e de assessores jurídicos. No demonstrativo de cargos do tribunal, apenas para o cargo de técnico há mais de 400 vagos, isso sem falar nas dezenas de aposentadorias que ocorreram desde 2013 para cá. Sabe-se também que há muitos estagiários no tribunal. O senhor pretende chamar mais candidatos aprovados para suprir essa demanda?
Somente poderei chamar mais candidatos dos concursos anteriores se não houver expirado sua validade. Em havendo disponibilidade financeira até a data do chamamento, realizarei todas as nomeações. Meu principal foco é uma força de trabalho em número suficiente e com ótima qualificação.
Há perspectivas de novos concursos públicos principalmente para o primeiro grau, já que há a necessidade clara de contratação de novos servidores para atendimento ao público?
Sim. Em havendo disponibilidade financeira, almejo realizar todos os concursos públicos necessários, tanto para magistrados quanto para servidores. Mas pretendo ir além. Com uma gestão eficiente de recursos humanos, creio ser plenamente possível produzir ainda mais com o mesmo efetivo.
No início do ano, a Associação dos Magistrados do Paraná enviou um requerimento à presidência do tribunal com 20 pedidos de juízes substitutos e de entrância inicial. Entre eles, há reclamação de falta de estrutura de trabalho para juízes em começo de carreira e sobre a qualidade das notícias divulgadas no site do TJ. O que o senhor pretende fazer a respeito?
Com a gestão por Coordenadorias Regionais haverá mais efetividade e celeridade na solução das demandas nas unidades judiciárias do estado, em especial no tocante aos recursos materiais. Concordo com os juízes quanto ao site. Criaremos o Departamento de Comunicação Social para solucionar isso.
Por que o senhor acredita que deve ser escolhido como o novo presidente do TJ?
Como magistrado idealista e com experiência em gestão, acredito na possibilidade de contribuir para melhorar os serviços prestados à população pelo Poder Judiciário, realizando uma gestão transparente, dinâmica, eficiente, coparticipativa, planejada e direcionada aos resultados.
Como vai ser seu relacionamento com a imprensa?
O melhor possível. Valorizo a atuação dos veículos de imprensa e da mídia como um todo. É fundamental para o Poder Judiciário manter uma interlocução mais frequente e harmônica com toda a sociedade, e, para tanto, nada melhor do que fazê-lo também por meio da imprensa.