Antes de conceder liminar que suspendeu a nomeação de Carolina Oliveira Pimentel como secretária de Trabalho e Desenvolvimento Social de Minas Gerais, o juiz Michel Curi e Silva, da 1.ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte, resolveu consultar os colegas de um grupo no Facebook chamado “Magistratura em Debate”. Esposa do governador Fernando Pimentel (PT), Carolina atualmente é investigada pela Polícia Federal (PF) na Operação Acrônimo, que analisa se empresas recebiam vantagens na elaboração de políticas públicas. Ao assumir o cargo, ela passaria a ter foro privilegiado no Tribunal de Justiça. Cinco ações populares foram propostas contra o ato do governador.
Na postagem na rede social, cuja imagem foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, Curi pede a opinião dos outros integrantes do grupo a respeito do caso. “Ainda não formei juízo a respeito, mas sabedor da cultura jurídica dos integrantes deste grupo, estou certo de que as ponderações dos colegas, independentemente de qualquer viés ideológico ou político, são sempre enriquecedoras”, escreveu.
Veja a publicação na íntegra:
À Gazeta do Povo, a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais informou, por meio de nota, que Curi lamenta que sua postagem tenha vazado, uma vez que o grupo do qual participa é privado, restrito a membros do Poder Judiciário. Disse ainda que agiu como quem entra em uma biblioteca para consultar livros, “mesmo porque no grupo há muitos autores”. De acordo com o órgão, Curi decidiu o caso de acordo “com as leis e sua consciência”. Confira a nota:
“O juiz Michel Curi esclarece que o grupo “Magistratura em Debate”, em que fez uma publicação pedindo a opinião em tese dos colegas sobre o tema, é privado, formado exclusivamente por magistrados e tem por objetivo, como o próprio nome diz, o debate entre magistrados. O juiz lamenta a divulgação da sua postagem uma vez que o grupo é fechado e afirma que dois juízes se manifestaram em sentidos opostos e que decidiu de acordo com as leis e sua consciência. Disse ainda que não houve enquete e que agiu como quem entra numa biblioteca para consultar livros, mesmo porque no grupo há muitos autores de livros.”
Na decisão, Curi afirmou que a suspensão de Carolina do cargo de secretária de Trabalho e Desenvolvimento Social de Minas é justificável por ser fato público e notório que ela é investigada em operação da PF. A alegação de que o ato de nomeação conferiria à primeira-dama a prerrogativa de foro, portanto, seria crível.
Colaborou: Mariana Balan
Hugo Motta troca apoio por poder e cargos na corrida pela presidência da Câmara
Eduardo Bolsonaro diz que Trump fará STF ficar “menos confortável para perseguições”
MST reclama de lentidão de Lula por mais assentamentos. E, veja só, ministro dá razão
Inflação e queda do poder de compra custaram eleição dos democratas e também racham o PT
Deixe sua opinião