Guilherme Gonçalves, ex- advogado da senadora Gleisi Hoffmann que teve seu escritório citado na Operação Lava Jato aproveitou sua palestra durante o V Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral para fazer críticas à República de Curitiba. “Todos temos pecados e virtudes”, disse o profissional.

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Gonçalves falou que era da República de Curitiba, mas de outra República, a que criou a primeira universidade do país, a que fez a Conferência Nacional da OAB em 1978 e rompeu com o regime militar.

Em seu discurso, o advogado fez menções à Bíblia e a Shakespeare. “Se Cristo dissesse hoje: ‘Quem nunca pecou que atire a primeira pedra, os azuis iam a atirar em quem tá de vermelho, e os de vermelho nos de azul’”, afirmou Gonçalves.

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Após o evento, Gonçalves conversou com a Gazeta do Povo e disse que sua crítica dirige-se a uma ideia que está sendo propagada: “Estão vendendo uma ideia de punitivismo, de que Curitiba vai moralizar o país”. Ele disse ainda que Curitiba não deve ser a “república da perseguição, mas sim da libertação e da defesa das garantias constitucionais”.

Gonçalves afirma não ter nada contra Sérgio Moro, pelo contrário, o considera um dos juízes mais preparados. Mas ressaltou que não se deve apostar na virtude de um sujeito, e sim nas instituições.

Entenda o caso

Guilherme Gonçalves é suspeito por ter serviços para a Consist, empresa de software que teria sido utilizada para pagamento de propina. Seu escritório foi alvo de busca e apreensão na 18ª fase da Operação Lava Jato – a Pixuleco II.

Sem entrar em detalhes sobre o caso, ele disse que não se incomoda em ser investigado. “O que me deixa indignado é ser primeiro condenado publicamente e só depois poder me defender. A imprensa faz o seu papel, mas o Judiciário não pode fazer isso”.