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O primeiro ato como prefeito de Guanambi, na Bahia, Jairo Silveira Magalhães, foi o de entregar, por meio de um decreto, a chave da cidade ao “Senhor Jesus Cristo”. Isso mesmo. De acordo com o decreto, o prefeito declara que a cidade pertence a “a Deus e que todos os setores da prefeitura municipal estarão sobre a cobertura do altíssimo”.

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E mais: “declaro ainda que todos os principados, potestades, governadores deste mundo tenebroso, e as forças espirituais do mal, nesta cidade, estarão sujeitas ao senhor Jesus Cristo de Nazaré”.

Como se não bastasse, o prefeito ainda “cancela” os pactos realizados com outras entidades espirituais: “Cancelo em nome de Jesus todos os pactos realizados com qualquer outro Deus ou entidades espirituais. E a minha palavra é irrevogável! ”

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É claro que o ato é nulo e deixa claro a falta de entendimento dos governantes da separação entre Estado e Igreja e sobre o que significa Estado laico. A pérola está publica no Diário Oficial da Prefeitura de Guanambi de 2 de janeiro de 2017.

Precedente

 

Jairo não foi o primeiro. Em dezembro de 2016, a prefeita de Sapezal, no Mato Grosso, fez o mesmo, mas desta vez entregou as chaves diretamente ao pai, e não ao filho. “Eu, Ilma Grisoste Barbosa, prefeita de Sapezal/MT, designada por Deus, eleita pelo voto popular para gestão 2013/2016, decreto a entrega da chave deste município de Sapezal a Deus”.

Leia ao lado a íntegra do decreto de entrega da chave da cidade a Deus. Pelo texto da prefeita, é possível perceber que o prefeito baiano se “inspirou” em sua colega. Assim como o outro, este ato é nulo.