O núcleo de arbitragem, da Escola de Direito da PUC-PR, conquistou o 3° lugar no campeonato mundial de arbitragem, o Vis Moot, em Viena, Áustria. A posição foi dividida com a Universidade de Auckland, da Nova Zelândia. O resultado divulgado é o melhor para uma equipe brasileira desde 2009, quando a USP disputou as quartas de final do campeonato internacional de arbitragem. A estudante Elora Farias, que atuou como oradora, também recebeu menção honrosa da competição pela excelência do desempenho
Este ano, participaram do campeonato 311 universidades de todos os continentes. A campeã foi a Universidade de Buenos Aires (UBA), seguida da Universidade Nacional de Singapura, a qual a equipe paranaense perdeu o posto de vice-campeã. Outras universidades paranaenses como a UFPR, Unicuritiba e Universidade Positivo também participaram do concurso.
O orientador do grupo de estudos, professor Carlos Eduardo Pianovski, conta que eles ficaram surpresos com o resultado. “Mesmo com o intenso preparo e dedicação da equipe, não esperávamos disputar uma semifinal e até mesmo passar à frente de universidades renomadas, como Harvard”. O grupo de arbitragem da PUC-PR participa há quatro anos do Vis Moot. A iniciativa de participar partiu dos próprios estudantes.
A competição
O Vis Moot é realizado há 23 anos e titula renomadas universidades com o prêmio máximo do campeonato de arbitragem.No encontro de uma semana em Viena, os competidores atuam como advogados em audiências arbitrais, resolvendo casos fictícios, que podem envolver questões de mérito e de jurisdição, por exemplo. Pianovski ressalta que esta atividade é um exercício prático de experiência pessoal e profissional, pois “permite o diálogo com professores, árbitros, alunos e advogados, além de outros universitários”. Além disso, ele destaca que o evento também é um exercício de pesquisa da literatura jurídica e de estudo de casos nacionais e internacionais e, sobretudo, “desenvolve o raciocínio argumentativo do aluno, que consegue maior autonomia e conhecimento das teorias o dos casos jurídicos”.
A preparação para o Vis Moot é de seis meses e as etapas do desafio se desenrolam em sete dias. O campeonato é uma iniciativa do professor Pieter Sanders, considerado o “pai” da arbitragem comercial internacional moderna. Ele foi um dos principais autores de da Convenção de 1958 das Nações Unidas sobre o Reconhecimento e execução de sentença arbitral estrangeira Arbitral - a “Convenção de Nova York” - e também e co-fundador do a arbitragem Instituto Holandês em Haia
Elora Farias, que recebeu menção honrosa na competição deste ano, já havia participado na edição anterior e diz que “a competição de arbitragem é viciante”, por promover o desafio e a prática da teoria aprendida em sala de aula.
A estudante conta que para ela o mais importante é o trabalho em grupo. “Para mim o mais importante era o trabalho da equipe e se íamos continuar. Eu não teria ganhado sem eles”, diz Elora.
Futuro profissional
Pianowski ressalta a importância da prática do estudo de arbitragem por estudantes de direito e novos advogados. “O aluno faz pesquisa aprofundada, desenvolve habilidades de oratória e redação, além de empenho e determinação em cumprir metas e cumprir o desafio. Isto por si só é um chamariz dos grandes escritórios”, diz.
Sobre a preferência por advogados com perfil mais sênior para atuar na arbitragem, o professor é categórico: “Há espaço para os novos advogados na arbitragem”. Ele define que experiência se faz com aqueles que querem ser desafiados, como dos desafiantes do Vis Moot.
Equipe
A equipe vencedora do terceiro lugar foi composta pelos professores Carlos Eduardo Pianovski e pela advogada Isabela Maté, que viajaram com os alunos a Viena, além da professora Helena de Todelo Coelho e o Procurador do Estado Guilherme Barros.
Alunos integrantes:
Ana carolina Barros (oradora)
Andrei Silverio dos Santos
Bruno Bosco
Carolina Moretti
Cauani Ardigó
Elora Farias (oradora)
Giovanna Michelat
Isabella Bassani
Isabella Teixeira
Larissa Quadros (oradora nos pré-moots)
Leticia Alle
Matheus Rios
Murilo Pita
Rafael Marconcini (orador)
Colaborou: Beatriz Peccin
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