Quem passa ao lado do Palácio da Justiça, no Centro Cívico de Curitiba, vê um canteiro de obras e talvez não acredite que o prédio será reinaugurado nesta quinta-feira (10). O imóvel histórico, integrante do conjunto arquitetônico do Centro Cívico, passou por uma recauchutada. A reforma começou em janeiro de 2015 e a parte de engenharia civil – com o projeto, obras e elevadores – custou R$ 60 milhões. Outros R$ 5,5 milhões foram desembolsados com móveis.
Quando a Gazeta do Povo visitou a reforma, na sexta-feira passada (4), dezenas de operários se apressavam para deixar o local apresentável. Mas, apesar da solenidade da entrega, o espaço ainda deve permanecer em obras por algum tempo. Os elevadores, por exemplo, não devem ficar prontos antes do fim do mês.
Confira fotos dos últimos preparativos para a entrega do Palácio de Justiça
Patrimônio histórico
O sexto andar é “retrofit” – ou seja, preservou muitos dos elementos originais, como tacos de imbuia, ladrilhos e pastilhas. Os materiais foram restaurados e reutilizados – uma exigência do Conselho de Patrimônio Histórico, já que o prédio é tombado.
Já os demais andares são trabalhados no mármore Paraná branco. O mobiliário não chega a ser espartano, mas não há ostentação. A divisão interna foi feita com drywall e o controle dos aparelhos de ar condicionado agora é por gabinete. As janelas são duplas, para barrar o ruído externo. Há sistema de combate a incêndio e iluminação em LED.
A capela, antes católica, virou ecumênica, e o hall, ornado com um painel de Poty Lazzarotto e lustres sessentistas, foi preparado para receber exposições, mostras culturais e lançamentos de livros.
O maior do mundo
O prédio do Palácio da Justiça deveria, em princípio, abrigar estruturas do Executivo estadual. Dentro do projeto inicial do Centro Cívico, o imóvel foi previsto para reunir todas as secretarias governamentais. Projetado pelo arquiteto carioca Sérgio Rodrigues, deveria ter 33 andares – e ser o maior do mundo, à época, feito de concreto armado. Mas o dinheiro acabou e prédio ficou com 12 andares, passando a ser ocupado pelo Tribunal de Justiça a partir de 1962.
Escolha dos gabinetes
Por critério de antiguidade, os desembargadores tiveram direito a escolher os gabinetes. Como os espaços são de tamanho semelhante, questões como a luminosidade e a vista da janela acabaram pesando na decisão.
Os desembargadores Clayton Camargo e Regina Portes ficaram com as únicas salas com varanda. Entre os com mais tempo de serviço, oito magistrados optaram por permanecer no prédio anexo. A transferência dos móveis dos demais não tem uma data fixa – cada um pode escolher quando quer se mudar, a partir da inauguração.
A presidência ficará no primeiro andar – já os demais espaços de direção permanecerão no prédio anexo, juntamente com o salão em que acontecem as reuniões do Órgão Especial e do Pleno. Como o espaço reformado abriga apenas 82 gabinetes, quatro dezenas de magistrados devem ficar instalados no anexo.
A ligação entre os prédios é feita por 11 andares de passarelas de aço, revestidas em vidro espelhado. A estrutura parece bem reforçada, mas treme a cada passo. Ainda será licitada a obra do estacionamento – dois andares subterrâneos. Não há data para os trabalhos serem iniciados.
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