A Justiça Federal aceitou a denúncia contra o ex-diretor da área internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada e mais cinco pessoas: Eduardo Costa Vaz Musa, gerente da área internacional da estatal, o executivo Hsin Chi Su, conhecido como Nobu Su; João Augusto Rezende Henriques, Hamylton Pinheiro Padilha Júnior e R aul Schmidt Felippe Júnior – os três últimos acusados de negociar a repassar US$ 31 milhões em propina, metade dos quais ao PMDB. Todos responderão por corrupção e lavagem de dinheiro.
Ao aceitar a denúncia do Ministério Público Federal, o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal, afirmou que não há prova ou informações de como os valores teriam sido repassados por João Henriques ao PMDB e, portanto, não há na ação qualquer pessoa com foro privilegiado, o que tornaria necessário remeter a denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Citados na Lava Jato devolveram R$ 200 milhões em impostos
O Tesouro Nacional recuperou pelo menos R$ 200 milhões em impostos, com retificações feitas espontaneamente por nomes citados na Operação Lava Jato, desde março de 2014 quando foi deflagrada a fase ostensiva da maior investigação envolvendo corrupção no governo federal.
Leia a matéria completaZelada e Musa teriam aceitado receber propina de Hamylton Padilha e Nobu Su para favorecer a contratação da empresa Vantage Drilling Corporation no afretamento do navio-sonda Titanium Explorer, por USD 1,816 bilhão. O contrato foi fechado em 2009. Parte da propina foi repassada a Hamylton Padilha, que pagou os dois funcionários da Petrobras. Henriques que se encarregou de distribuir a parte do PMDB.
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Leia a matéria completaNobu Su é o representante do grupo Taiwan Maritime Transportation Co, proprietário do navio. Para viabilizar o pagamento da propina, a Valencia Drilling Corporation, sediada nas Ilhas Marschall, firmou contrato de USD 15,5 milhões com a off-shore Oresta Associated, em Belize, e que era controlada por Hamylton Padilha. A Oresta recebeu US$ 10,85 milhões – a diferença não teria sido paga – e repassou para Musa e Raul Schmidt
A parte de Jorge Luiz Zelada teria sido transferida por Raul Schmidt para a conta em nome da off-shore Tudor Advisory, no banco Lombard Odier, na Suíça. O então diretor da estatal teria aberto a conta especialmente para receber a propina e, em seguida, transferiu para outra conta, da off-shore Rockfield International, que mantinha no Principado de Monaco.
A segunda metade da propina foi para Henriques, mas o MPF não dispõe de informações sobre como o dinheiro foi pago. Em seu primeiro depoimento à Polícia Federal, Henriques negou as acusações.
Moro lembrou que um relatório de auditoria interno da Petrobrás mostrou diversas irregularidades na contratação do navio-sonda. Embora a área técnica tenha colocado em dúvida a necessidade do navio-sonda, a licitação foi feita. A Vantage não foi a primeira colocada, mas Musa e Zelada alteraram os critérios de contratação para que a empresa vencesse a concorrência.
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