A 6.ª Vara Federal Especializada em Crimes Contra o Sistema Financeiro e Lavagem de Dinheiro determinou o bloqueio de cerca de R$ 545,7 milhões do grupo Opportunity. Deste total, R$ 535,7 milhões estavam na administradora de fundos BNY Mellon Serviços Financeiros DTVM S.A e outros R$ 10 milhões foram transferidos do Banco Opportunity para uma conta corrente de Beassy Schachnik, irmã do presidente do banco, Dorio Ferman.
O bloqueio foi feito a pedido do Ministério Público Federal. Dorio Ferman é um dos investigados pela operação Satiagraha junto com o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, e mais 14 pessoas ligadas ao grupo. Eles respondem a inquérito que apura crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, concessão de empréstimos vedados, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
O pedido de bloqueio foi feito no último dia 4 de setembro pelo procurador da República Rodrigo de Grandis, depois de ter recebido relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), setor de inteligência do Ministério da Fazenda que examina e identifica operações bancárias suspeitas e lavagem de dinheiro.
Segundo o Ministério Público Federal, as movimentações suspeitas envolvem - além de Daniel Dantas e Dorio Ferman - Maria Alice Carvalho Dantas, Verônica Dantas e Norberto Aguiar Tomaz.
A operação de maior valor ocorreu neste mês de e envolve mais de R$ 500 milhões. Dantas e os demais envolvidos teriam transferido a administração de cinco fundos para a administração da BNY Mellon. A transferência dos fundos foi comunicada pelo Opportunity em fato relevante divulgado em jornais na última segunda-feira e teria sido iniciada uma semana antes.
Outra operação que o MPF considera "atípica" ocorreu em julho passado: Beassy Schachnik recebeu em sua conta corrente uma TED no valor de R$ 10 milhões, remetida pelo Banco Opportunity. De acordo com o Coaf, a conta de Beassy nunca havia recebido movimentação deste valor.
Na avaliação do procurador, as movimentações podem indicar lavagem de dinheiro e, por isso, o MPF pediu o congelamento dos recursos, para saber se o dinheiro é proveniente de crime.
Segundo ele, os envolvidos terão de demonstrar que a origem do dinheiro é lícita para poder desbloqueá-lo.
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