Sem honraria
Câmara de Toledo revoga título de cidadão honorário do condenado
O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato não é mais cidadão honorário de Toledo, cidade no Oeste do Paraná. A honraria concedida a ele em 1994 foi revogada em segunda votação pela Câmara de Vereadores na noite de segunda-feira, por 12 votos favoráveis e seis contra. Na primeira votação, em dezembro do ano passado, o placar foi mais apertado, com dez votos favoráveis à revogação e nove contrários.
Dois vereadores que na primeira votação votaram pela manutenção do título mudaram seus votos e optaram pela cassação. Para o vereador Tita Furlan (PV), um dos autores da proposta que retirou a honraria, os novos crimes de falsidade ideológica praticados por Pizzolato na Itália influenciaram na mudança de voto. "Os vereadores perceberam que, quando ele recebeu o título, foi por merecimento, mas agora ele não é mais honorável como cidadão de Toledo", avalia.
Na época em que o título foi concedido, os vereadores reconheceram a importância da militância de Pizzolato na cidade, onde ele fundou o Sindicato dos Bancários e foi candidato derrotado a prefeito. Pizzolato também disputou o governo do Paraná, em 1992. O título foi proposto pelo então vereador Aldeni Gomes de Araújo, que atualmente mora em Palotina, também na região Oeste. No início do mês, Araúdo criticou, em entrevista à Gazeta do Povo, a proposta de revogar a honraria. "Se na época ele foi digno de merecer o título, por que tirar agora?", questionou.
Luiz Carlos da Cruz, correspondente em Cascavel
A pedido do Ministério da Justiça da Itália, a Corte de Apelação de Bolonha decidiu manter na prisão o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, ítalo-brasileiro condenado a 12 anos e sete meses de cadeia no processo do mensalão. Pizzolato fugiu para território italiano em setembro de 2013, tentando escapar do cumprimento da pena.
O tribunal renovou automaticamente a reclusão de Pizzolato, que está no presídio de SantAnna, em Módena, onde poderá ficar pelo menos até 17 de março, quando acaba o prazo de 40 dias para que o Brasil peça a extradição. O procurador Eduardo Pelella, chefe de gabinete do procurador-geral da República do Brasil, Rodrigo Janot, reconheceu que será difícil conseguir que o governo local extradite um de seus nacionais. Ressaltou, porém, que a manifestação do ministério pode indicar que os italianos não descartam extraditar Pizzolato, preso devido ao pedido brasileiro de detenção, via Interpol, e não por ter sido flagrado com documentos falsos, crime de baixa gravidade.
"O fato de haver um pedido de manutenção da prisão é importante", disse Pelella, que ontem se encontrou com o chefe da Procuradoria da República em Módena, Vito Zincani. "Convenhamos: se não há possibilidade de extradição, a prisão não é relevante". O procurador brasileiro explicou que, depois que o ex-diretor do BB foi capturado pela polícia italiana, a Justiça "convalidou" a detenção de Pizzolato a pedido do Brasil. Apenas reconheceu que, além do processo brasileiro, o ex-diretor, ao ser preso, tinha documentos falsos, mas cujo porte não seria suficiente para que fosse mantido preso, por serem crimes com penas baixas.
Diferentemente do divulgado inicialmente, não haverá necessidade de audiência para examinar o pedido do ministério. O tribunal só se pronunciará agora mediante pedido da defesa de relaxamento de prisão ou prisão domiciliar. O próximo movimento do processo se dará a partir da chegada do pedido de extradição do Brasil, que deve ficar pronto ainda esta semana, segundo Pelella. A decisão será da Corte de Apelação, com possibilidade de recurso à Corte de Cassação em Roma.
Fuga
A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar como Henrique Pizzolato financiou sua fuga para a Itália. O petista deixou o país em setembro, dois meses antes de ter a prisão decretada, e foi capturado em 5 de fevereiro.
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