A Justiça Federal determinou que a Corregedoria da Receita Federal dê acesso ao vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, ao processo administrativo que apura a suposta quebra do sigilo fiscal dele. O caso envolve a suspeita da produção de um dossiê contra o tucano. A informação foi confirmada pela assessoria da Receita.
Eduardo Jorge disse estar "satisfeito" com a decisão e informou que sua advogada já está na Receita providenciando o acesso aos autos. Ele havia feito o pedido no início do mês. "Foi uma decisão correta. Mostra que o Judiciário brasileiro responde às suas obrigações", afirmou.
O vice-presidente do PSDB disse que pretende analisar o conteúdo da investigação e voltou a dizer, como já havia feito anteriormente, que acredita que o governo não tem interesse em solucionar o caso antes das eleições.
"Eu não sei o que foi apurado, se foi bem apurado ou não, se descobriram a pessoa responsável ou não. (...) Existe possibilidade de ter se criado uma barafunda tal nos autos e existe a possibilidade de a comissão ter feito seu trabalho de forma adequada", disse.
No dia 19 de julho, o jornal "Folha de S.Paulo" publicou reportagem afirmando que os dados fiscais do vice-presidente do PSDB, que fariam parte de um suposto dossiê contra o candidato tucano à Presidência da República, José Serra, teriam saído dos sistemas da Receita Federal. Segundo o jornal, o suposto dossiê começava a ser montado com consentimento de um ala da pré-campanha da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. A campanha da petista nega.
No último dia 18, Eduardo Jorge prestou depoimento voluntariamente à Corregedoria da Receita. No dia, ele afirmou que havia solicitado acesso à investigação, mas que seu pedido havia sido negado pela Receita. A assessoria do órgão diz que o processo administrativo é sigiloso. A investigação foi aberta no dia 1º de julho e tem prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 60, para ser concluída.
Segundo informações do Sindicato Nacional da Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil (Sindireceita), uma analista tributária do órgão no ABC paulista é investigada. A assessoria da Receita não confirma a informação pois alega que o processo é sigiloso.
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