A Justiça Federal no Paraná negou o pedido do Ministério Público Federal para transferir o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e os doleiros Alberto Youssef e Carlos Habib Chater para o presídio federal de Catanduvas, considerado de segurança máxima.
O juiz Sérgio Moro diz que a transferência poderia dificultar as ações em que os três são réus. Catanduvas fica a 470 km de Curitiba, onde está localizada a vara federal em que os três serão ouvidos como réus a partir do próximo mês.
A decisão afirma que Youssef, apesar de sua "reconhecida periculosidade", não tem um passado de violência, "como autor imediato ou como mandante".
Youssef e o ex-diretor da Petrobras foram presos em meados de março pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, sob acusação de integrarem uma quadrilha que tinha conexões com partidos como o PT, PMDB e PP e que atuou em negócios na Petrobras e no Ministério da Saúde. Youssef também é acusado de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões.
O juiz repreende o comportamento de Costa, que escreveu dois bilhetes dizendo que está sofrendo ameaças de carcereiros na superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Moro diz que as supostas ameaças deveriam ter sido comunicadas ao juiz antes de terem sido enviadas para a imprensa. Segundo ele, as fotos dos dois bilhetes relatando as supostas ameaças foram "incidentes midiáticos": "Atos de indisciplina ou novos incidentes relacionados ao comportamento inadequado do preso, como a provocação de incidentes midiáticos despropositados (...) levarão este Juízo a rever a presente decisão, com eventual transferência dele ao Presídio Federal, já que o comportamento carcerário do preso é fator que também pode ser levado em consideração para decisão da espécie".
O juiz decidiu que o doleiro Chater, que mantinha negócios com Youssef, deve ser transferido para um presídio estadual do Paraná. A Justiça havia decidido mandar o ex-diretor da Petrobras para presídio estadual, mas a Secretaria de Justiça do Paraná conseguiu manda-lo de volta para a superintendência da Polícia Federal por razões de segurança.
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