A Quarta Vara Criminal da Justiça Federal vai ouvir na tarde desta segunda-feira funcionários do alto escalão do Banco Rural no processo sobre a remessa ilegal de dinheiro para o exterior. De acordo com denúncia do Ministério Público, o esquema pode ter movimentado, entre junho de 1995 e abril de 1996, cerca de US$ 4,8 bilhões na remessa para o exterior. Serão ouvidos seis funcionários, como diretores e gerentes de câmbio, denunciados por aliciar "laranjas", para o esquema de evasão de divisas.
Eles vão prestar depoimento ao juiz substituto da Quarta Vara Criminal da Justiça Federal , Jorge Luiz Gustavo Serra da Costa. A Justiça aceitou no dia 12 de julho deste ano a denúncia do Ministério Público Federal contra seis dos sete funcionários do alto escalão do Banco Rural acusados. De acordo com o Ministério Público, o objetivo era sonegar impostos e enviar dinheiro de forma ilícita para o exterior, sem o conhecimento do Banco Central.
Ainda segundo a denúncia do Ministério Público Federal, entre 1995 e 1996, o Banco Rural obteve vantagens no envio de dólares para a Rural Uruguai. Na época, o Banco Central proibiu bancos brasileiros de enviarem moeda estrangeira para grupos coligados no exterior. A segunda prática ilegal, segundo a denúncia, é a falta de dados que identificavam o remetente e o destinatário de quantias enviadas para o exterior, entre junho de 95 e abril de 96. O Ministério Público acredita que nestes esquemas foram movimentados US$ 4, 8 bilhões.
Os funcionários denunciados são: o vice-presidente do Banco Rural, José Roberto Salgado; o ex-diretor de câmbio, Danton de Alencar; o então gerente, Vinícius Samarone, que trabalhava na Rural Uruguai; o atual superintendente de câmbio, Francisco Pinto Coelho; e os gerentes de câmbio Cláudio Eustáquio da Silva e Ronaldo Santos Corrêa. Todos serão convocados para interrogatórios, previstos para acontecerem entre os dias 8 e 10 de agosto, na sede da Quarta Vara da Justiça Federal de Minas Gerais, especializada em crimes financeiros, em Belo Horizonte.
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