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Foram ouvidas ontem, em Campo Largo, testemunhas de acusação do caso de escutas telefônicas ilegais. Na audiência, todos os réus estavam presentes – inclusive o policial civil Délcio Rasera – e assistiram aos interrogatórios feitos pelos promotores e pelo juiz Gaspar Mattos de Araújo Filho, responsável pelo caso.

O advogado Luiz Fernando Comegno, defensor de Rasera, acompanhou a audiência e questionou a legalidade da ação da Promotoria de Investigação Criminal (PIC), que resultou na prisão do policial. Para ele, há conflito de interesses: o mesmo órgão não poderia investigar, prender e produzir provas. Rasera e outras seis pessoas foram presas em 5 de setembro em ação deflagrada pela PIC, órgão do Ministério Público do Paraná. "São provas viciadas, produzidas no interesse de quem fez a prisão e acusa os réus", disse.

Paulo Kessler, coordenador da PIC, comentou que as alegações do advogado de defesa são "normais" dentro de um processo. "Quando as provas são contundentes, os advogados se atêm a filigranas do processo", observou o promotor. "Como nesse caso não se pode derrubar a matéria, o advogado ataca a forma", afirmou. "É bom lembrar que ele, além de advogado de defesa, é também réu nesse processo", disse Kessler, lembrando que Luiz Fernando Comegno também foi acusado de envolvimento no esquema dos grampos telefônicos.

Comegno entrou com novo pedido de revogação da prisão preventiva de Délcio Rasera. O policial está detido em uma cela da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, em Curitiba.

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