Uma decisão do juiz Alexandre Della Colleta Scholz, da Vara Cível de Piraquara, restituiu o mandato do vereador e presidente da Câmara de Piraquara, Gilmar Luis Cordeiro (PSB), cassado pelo seus pares no último dia 11.
O vereador foi investigado por uma comissão processante (CP) da Câmara, que apontou irregularidades na conduta de Cordeiro. Ele foi considerado culpado em duas situações: o vereador teria acumulado o cargo com a direção de uma escola pública e manteria o filho atuando na Câmara sem nomeação oficial.
Dez vereadores votaram a favor da cassação, dois foram contra e um se absteve. O procedimento foi instituído depois de denúncias realizadas por um eleitor do município da região metropolitana de Curitiba.
Em seu despacho, o juiz afirma que não há elementos suficientes que comprovem a atuação administrativa do filho do vereador na Câmara. "O filho do autor foi visto, por diversas vezes, nas dependências da Câmara. Contudo, não consta que exerça qualquer função remunerada, ou tampouco que tenha praticado qualquer ato de competência de funcionário público. Ao contrário, a maior parte das testemunhas afirmou jamais ter recebido ordens do filho do autor e também não descreveram nenhum fato que possa ser interpretado como exercício pleno, por ele, de funções laborativas na Câmara."
Para o magistrado, o acúmulo de cargos também não seria motivo suficiente para a cassação do vereador, uma vez que ele foi autorizado pela Secretaria Estadual de Educação a permanecer no cargo.
Cordeiro diz que a cassação teve interesses políticos. "Como presidente, tomei decisões baseadas na moralidade pública cortando benefícios e vantagens dos vereadores e do prefeito. Por isso fiquei sozinho. Mas vejo que a Justiça está ao meu lado."