TRF-4 nega mais um pedido para soltar ex-diretor da Petrobras

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), sediado em Porto Alegre, negou mais um pedido de habeas corpus feito pela defesa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso quinta-feira (20) pela Polícia Federal e detido em Curitiba. Costa é suspeito de ter ligação com uma organização criminosa que lavava dinheiro em seis estados e no Distrito Federal, desarticulada no início desta semana na Operação Lava Jato, que pode ter movimentado mais de R$ 10 bilhões.

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O doleiro Enivaldo Quadrado foi solto nesta quarta-feira (26). Segundo a assessoria de comunicação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o mandado de prisão temporária dele expirou e houve ainda pela manhã um despacho com mandado de soltura. Quadrado cumpria a prisão temporária na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba.

Ex-sócio da operadora Bônus-Banval, o doleiro foi preso em flagrante pela Operação Lava Jato da PF, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro estimado em mais de R$ 10 bilhões. Quadrado é apontado como laranja do também doleiro Alberto Youssef, que atuou no escândalo do Banestado - de evasão de US$ 30 bilhões nos anos 1990.

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Anteriormente, Quadrado tinha sido condenado no processo do mensalão a 3 anos e 6 meses de prisão. Ele cumpria pena alternativa em Assis, no interior paulista, antes de ser preso pela PF.

A Operação Lava-Jato foi deflagrada segunda-feira e prendeu 24 investigados em 6 Estados e no Distrito Federal por lavagem de R$ 10 bilhões, através da ocultação de bens adquiridos de forma ilícita. O doleiro Alberto Youssef é o alvo maior da missão.

PF rastreia R$ 90 milhões de Youssef em negócios suspeitos

A Polícia Federal (PF) descobriu que uma empresa de "consultoria" controlada pelo doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato, movimentou quase R$ 90 milhões entre 2009 e 2013. A PF suspeita que parte desses valores foi utilizada para pagamento de propinas para agentes públicos corrompidos por Youssef.

A descoberta sobre o fluxo milionário do caixa do doleiro ocorreu após análise da quebra de sigilo bancário da MO Consultoria e Laudos Estatísticos, que Youssef criou para captar valores de 'clientes' empresários, segundo a PF.

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A Lava Jato foi desencadeada há 10 dias para desmontar sofisticado esquema de lavagem de dinheiro que atingiu o montante de R$ 10 bilhões. A investigação mostra as digitais de Youssef em negócios sob suspeita do Ministério da Saúde e da Petrobrás.

Youssef é um antigo conhecido da Justiça Federal. Nos anos 1990 ele foi protagonista do escândalo Banestado, evasão de US$ 30 bilhões. Na ocasião, ele fez delação premiada e contou parte do que sabia.

A Lava Jato o flagrou agora em ação novamente. Ele teria pago propinas para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A PF constatou que o doleiro presenteou o executivo com uma Land Rover Evoque, de R$ 250 mil. As 'comissões' para Paulo Roberto Costa e outros suspeitos podem ter chegado a quase R$ 8 milhões.