O prefeito reeleito de São Paulo, Gilberto Kassab, se reuniu nesta segunda-feira (3) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e discutiu parcerias para investimentos entre o governo federal e a capital paulista. Questionado sobre o cenário eleitoral de 2010, o prefeito disse que é natural que a aliança entre PSDB, DEM e PMDB, que funcionam no governo do estado e da cidade de São Paulo, seja reeditada para as eleições de 2010. Ele afirmou que vai defender essa posição dentro do seu partido.

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O prefeito disse ainda que não tratou da questão do aumento da capacidade do endividamento de São Paulo com o presidente. Segundo ele, esse assunto é mais técnico do que político e está sendo debatido no Senado.

Kassab disse que não se sentia constrangido por visitar o presidente depois de derrotar sua candidata, a petista Marta Suplicy, nas eleições. Ele revelou que pediu a audiência para Lula no dia seguinte ao segundo turno eleitoral, aproveitando um telefonema em que desejava feliz aniversário ao presidente.

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"Na cidade de São Paulo, a maior cidade do país, existe uma aliança que vai muito bem dos Democratas com o PSDB, com o PMDB, e essa aliança também existe no campo estadual e também vai muito bem. É natural que eu queira, dentro do meu partido, defender que essa aliança exista a nível nacional, sabendo que um dos partidos, o PMDB, tem uma proximidade grande com o governo do presidente Lula. Em 2010, vamos sim, evidentemente, fazer com que essa aliança possa ser repetida em uma dimensão nacional", argumentou.

Ele afirmou também que as conversas para manutenção dessa aliança devem começar já em 2008. "Acho que a nossa vitória em São Paulo mostrou que existe uma boa gestão em São Paulo e que os 11 milhões de habitantes estão contentes. Da mesma maneira eu entendo que pensam os paulistas em relação à gestão do governador José Serra. Então, em 2010 acho muito natural nas conversas e entendimentos que se iniciarão nesse ano que a gente possa examinar a elaboração, a constituição dessa aliança no plano nacional", comentou.

Depois, ele tentou minimizar o início da nova disputa eleitoral já nesse ano. "Não é o momento de discutir a sucessão presidencial. As eleições acontecem no ano de 2010. Agora é hora de cada um cumprir as suas responsabilidades no campo administrativo ou no campo parlamentar para aqueles que são parlamentares e deixar para iniciar essa discussão em 2010. É evidente que todos têm o direito e até o dever de promover discussões, seminários, reflexões, mas eleições presidenciais apenas em 2010, e é essa posição que eu defenderei também no meu partido", comentou.

Endividamento

"Não tratamos dessa questão do endividamento", disse o prefeito. Segundo ele ainda, as promessas feitas na campanha não dependem de uma revisão do cálculo do endividamento.

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"Nossos compromissos de campanha foram feitos com muita serenidade e com muito cuidado para que tivessem compatibilidade com o nosso orçamento", argumentou.

Kassab disse que questão do endividamento é mais técnica do que política e, por isso, não a discutiu com o presidente. "A questão do endividamento, que já há alguns meses essa discussão se dá no Senado, é em relação à dimensão que tem a cidade do São Paulo e outras grandes cidades do país, até maiores que alguns governos de Estado, e com um limite de endividamento aquém dos governos estaduais. Então, essa é uma questão muito mais técnica do que política", argumentou.

Metrô

Kassab pediu ao presidente que o governo federal encontre uma forma de investir na expansão da malha metroviária de São Paulo. Ele disse que a responsabilidade para ampliação das linhas do metrô é do governo estadual, mas pediu que a União também ajude na construção das linhas, desde que a cidade também possa investir.

"Em relação ao metrô eu coloquei a cidade de são Paulo à disposição para que pudéssemos em conjunto investir no metrô. Todos sabem que o metrô é responsabilidade do governo do Estado e o governador José Serra tem feito investimentos muito expressivos e que nos dão um alento muito grande. Sugeri ao presidente que o governo federal encontrasse uma forma de investir no metrô. O governo federal nunca investiu, financiou, mas investimento com dinheiro do Tesouro nunca fez. Mas, que esses investimentos estivessem vinculados a investimentos também da cidade de São Paulo para ter certeza de uma ampliação mais rápida da malha metroviária", explicou.

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Ele disse que não tratou de fórmulas para o investimento e, segundo Kassab, o presidente se comprometeu a estudar com seus ministros uma forma de ajudar na expansão do metrô.