Em seu primeiro discurso como novo ministro das Cidades, Gilberto Kassab, afirmou que a presidente Dilma Rousseff terá o apoio do PSD em seu segundo mandato e, no ministério, dará suporte à terceira fase do Minha Casa Minha Vida e lutará para concretizar a carteira de R$ 143 bilhões para obras de mobilidade urbana do País.
"Ela (Dilma) lutou, enfrentou obstáculos, perseverou, aprendeu e reassume com legitimidade dos votos da maioria dos brasileiros", disse Kassab, que é presidente licenciado do partido criado em 2011, na cerimônia de transmissão de cargo. "A presidente sabe que terá o nosso apoio, o apoio do PSD nessa luta que é de todos que querem um País melhor. Cidades mais respeitosas, que valorizem e fortaleçam a democracia", acrescentou.
Ex-prefeito de São Paulo, Kassab ponderou que apoiar é "divergir construtivamente". "Mas é apoiar, sem tergiversar, mais avanços nas políticas sociais que tiraram 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza", disse, repetindo número usado durante a campanha de Dilma à reeleição. "Que vão, como anunciou a presidente, lutar por mais 12 milhões de vagas do Pronatec para que nossos jovens e trabalhadores possam conquistar melhores empregos. Nas cidades e no campo".
Ele já realiza uma primeira viagem nesta quarta-feira, 7, a São Paulo para se encontrar com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e com o prefeito Fernando Haddad (PT) e elencar as prioridades da pasta no Estado e na capital.
Segundo o ministro, os investimentos nas cidades significarão empregos, salário e renda para os trabalhadores em um cenário de "rearranjos na economia e contenção de despesas". A solenidade foi acompanhada por ministros e pelos governadores de oposição Rodrigo Rollemberg (PSB) e Marconi Perillo (PSDB).
Em seu pronunciamento, Kassab afirmou ainda que tem consciência do "gigantesco e complexo" trabalho que terá pela frente e disse que vai atuar em parceria com Estados e municípios, além dos poderes Legislativo e Judiciário, "para ampliar e fortalecer diretrizes que levem cada vez mais conforto e dignidade aos quase 85% dos brasileiros que hoje vivem nas cidades".
Criticado pela militância e por setores mais à esquerda do PT, Kassab destacou a importância dos movimentos sociais do Conselho das Cidades (ConCidades) nas atividades do ministério. De acordo com o novo ministro, o ConCidades vai continuar a propor encontros para "estudar e propor" diretrizes para a gestão da Polícia Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU). "Como administrador municipal, como presidente de partido, convivo, conheço, tive contato com conselhos. O ConCidades tem história. Criado em 2004, aprovou, na 5ª Conferência Nacional de Cidades, o Plano Nacional de Saneamento Básico, que estabelece políticas, ações e metas nessa área para os próximos 20 anos", acrescentou.
Cortes
Kassab afirmou ainda que eventuais cortes em sua pasta serão definidos pela presidente Dilma Rousseff e que pretende trabalhar com os recursos disponíveis. Questionado se o ajuste fiscal que será aplicado pela nova equipe econômica afetará os investimentos sob alçada do Ministério, como o Minha Casa e ações de mobilidade urbana, Kassab respondeu: "Quem define cortes é a presidente Dilma. Mas, por mais que possamos ter cortes, existem prioridades definidas. Vamos fazer nossa parte."
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