PMDB e PSD - de Kassab - estavam em guerra desde o início do ano.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Depois da crise provocada pelo aumento do espaço do PSD no governo e pela mobilização para criar um novo partido diminuindo a força do PMDB, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltaram a conversar. Eles se reuniram na quarta-feira, 22, em um café da manhã na residência oficial de Cunha.

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O encontro não constou na agenda de nenhum dos dois. “Foi uma visita protocolar. O encontro com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não deixa de demonstrar uma sinalização pública de construção de uma boa relação”, disse o ministro ao Estado. Questionado se havia feito as pazes com Kassab, Cunha respondeu de maneira sucinta: “Nunca brigamos”.

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PMDB e PSD estavam em guerra desde o início do ano. Na intenção de enfraquecer o partido de Cunha, a presidente Dilma Rousseff fortaleceu a legenda de Kassab, que articula a recriação do Partido Liberal (PL) para posteriormente fundi-lo com o PSD, criado em 2011.

O ex-prefeito paulistano e atual ministro das Cidades virou alvo de líderes peemedebistas que concluíram que ele agia em conjunto com o Palácio do Planalto para tentar reduzir a influência do PMDB.

Para combater as intenções de Kassab, o partido atuou em várias frentes. A principal medida foi a aprovação de uma quarentena de cinco anos para a fusão de partidos políticos. O texto, apelidado de “Lei anti-Kassab”, foi aprovado no Senado no início de março e sancionado por Dilma um dia após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) receber o pedido de registro do Partido Liberal. A dúvida é se a nova lei vale para o novo PL.

O café da manhã de ontem foi articulado pelo líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF). Cunha e Kassab evitaram discutir a polêmica que os distanciou durante os primeiros meses deste ano. A pauta ficou em torno de reforma política e terceirização, projeto votado horas depois do encontro.

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Terceirização

Presidente licenciado do PSD, Kassab disse a Cunha que, ao contrário da semana passada, seu partido não obstruiria a votação das emendas ao projeto que regulamenta a terceirização no País. Foi graças a um requerimento de retirada de pauta apresentado pelo PSD na quarta-feira da semana passada que o presidente da Câmara teve de, contra sua vontade, adiar a votação. Ontem, a maioria dos deputados do partido votou de acordo com a vontade de Cunha, contrariando o governo.