O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), tentou dissociar os contratos da Prefeitura com empreiteiras das doações que recebeu durante a campanha eleitoral de 2008. Questionado sobre as contratações milionárias, Kassab afirmou que as doações não têm relação com os contratos da administração municipal. "Uma coisa é a administração municipal, outra é a campanha. O governo é sério e pauta suas contratações em licitações transparentes", disse Kassab, após inaugurar na região do Aricanduva, zona leste da capital paulista, o 12º Centro de Referência de Assistência Social (Cras).
A vice-prefeita e secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Alda Marco Antonio, que também teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral, acompanhou o prefeito no evento. Eles chegaram ao local 20 minutos antes do horário previsto, participaram de uma breve cerimônia e, depois de meia hora, deixaram o local. Após entrevista coletiva, Kassab tentou demonstrar bom humor e disse que o único fato que o deixou chateado no fim de semana foi a derrota do São Paulo para o Palmeiras, por 2 a 0.
Kassab voltou a defender as contas de campanha e afirmou esperar que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) manifeste-se pela aprovação. O advogado do prefeito, Ricardo Penteado, deve entrar com um recurso na corte após a publicação da cassação no Diário Oficial do Município, nesta terça-feira (23). Kassab lembrou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já decidiu favoravelmente em questões similares relacionadas à campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Existe, por parte da Justiça Eleitoral, um posicionamento dizendo que as doações são legais.
Serra
Questionado se mais esse arranhão na imagem da administração municipal poderia afetar uma eventual campanha do governador José Serra (PSDB) à Presidência da República, o afilhado do tucano desconversou. "Serra tem uma folha de serviços prestados no Brasil e tem algo que poucos têm no País, uma biografia extensa e limpa", disse Kassab.
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